Depois da final
Vice-campeão da Série A2, Azulão tem o futuro como desafio
Após perder da Portuguesa por 2 a 0 na final do Paulista Série A2, anteontem (17), no estádio do Canindé, em São Paulo, e ficar com o vice-campeonato, o São Bento tem o futuro como próximo desafio. A equipe pode sofrer um “desmanche” no segundo semestre, já que os contratos doa comissão técnica e do atual elenco estão se encerrando. A dificuldade de montar um elenco competitivo para disputar a Copa Paulista pode ser um entrave para a permanência do técnico Paulo Roberto Santos, embora ele já tenha se colocado à disposição, em várias entrevistas, para continuar no Humberto Reale. A última delas foi após a decisão do título.
“O grande objetivo foi conquistado. Agora esperamos que se dê sequência a esse trabalho, de uma forma ou de outra. Série A1 não é brincadeira. Quando você sobe da Série A2 para a Série A1, o trabalho da Série A1 não pode começar em novembro. Tem que começar no dia seguinte (ao término da A2). Se você não tem calendário, e começar a se planejar e buscar algumas situações lá em novembro ou dezembro, vai concorrer com adversários muito mais estruturados e com poder aquisitivo maior. Fala-se que o dinheiro não faz diferença, ele faz sim, se você souber usá-lo”, disse, reiterando que o São Bento tem que começar a pensar imediatamente na Série A1 de 2023. “Comemorar o acesso, mas não podemos ficar deitados em berço esplêndido. Temos que começar a trabalhar a Série A1 a partir de amanhã (ontem)”, cobrou.
A continuidade foi lembrada pelo comandante beneditino ao reconhecer o mérito da conquista da Lusa. “A Portuguesa fez a campanha que fez pela sequência de trabalho de três anos. O São Bento tem que levantar as mãos pro céu por colher o fruto no primeiro ano, com seis meses de trabalho. Lógico que temos de estar tristes, chateados por não termos dado esse orgulho e satisfação ao nosso torcedor, fundamental nessa arrancada nossa na reta final. Mas tenho a plena certeza que eles estão satisfeitos com esse grupo que vestiu a camisa do São Bento e o fez voltar a ser uma equipe respeitada e vencedora, chegando ao final da Série A2 disputando o título. O saldo é altamente positivo”, afirmou Paulo Roberto Santos.
Em seu discurso sobre planejamento, o treinador também comentou os problemas vividos ao longo do campeonato. “O clube precisa se planejar, tanto quanto à estrutura física, mas também em iniciar um trabalho pensando na próxima temporada. De que forma? Aí eu não sei, não é comigo. No futebol não se conquista nada sem sacrifício, dentro e fora do campo. E profissionalismo. Até acho que algumas coisas que não tivemos condições de fazer este ano, não podemos repeti-las, sob pena de pagarmos um preço muito alto e jogarmos fora todo o trabalho desta temporada”, alertou, sem querer lavar roupa suja publicamente. “A hora que eu estiver reunido (com a diretoria), vou falar para eles.”
Estresse
As 21 rodadas do Paulista Série A2 foram estressantes para o técnico do São Bento. Por isso, a definição de seu futuro no Azulão deve demorar alguns dias. “Eu terminei essa competição muito estressado. Não via a hora de nós decidirmos esse título e, se possível, ganharmos. Eu preciso descansar, em uns 15 a 20 dias não quero nem ouvir falar em futebol. O desgaste foi muito grande e a recompensa é o objetivo final ter sido alcançado que é o acesso. Na realidade, eu preciso muito de descanso”, finalizou.
Sacoman compõe a seleção da A2
Dona da melhor campanha da primeira fase e campeã do Paulista Série A2 pela terceira vez em sua história, a Portuguesa dominou a seleção da competição e ajudou a montar a espinha dorsal da edição com cinco atletas, além do técnico Sérgio Soares. O zagueiro Diego Sacoman é o único integrante do São Bento.
A defesa é formada pelo goleiro Thomazella, da Portuguesa; o lateral-direito Jefferson Feijão, do Oeste; os zagueiros Diego Sacoman, do São Bento, e Patrick, da Portuguesa; e o ala esquerdo Daniel Vançan, do Oeste. O meio-campo tem Felipinho, do Velo Clube, e outros dois campeões: o volante Marzagão e o camisa 10 Daniel Costa, ambos da Portuguesa.
O trio de ataque tem Lucio Flavio, do XV de Piracicaba, Bruno Lopes (artilheiro do torneio), do Oeste, e Caio Mancha, da Portuguesa. Todos sob a batuta de Sérgio Soares, mais um campeão pela Lusa.
Daniel Costa foi premiado como o craque do campeonato, e o centroavante Popó, do Oeste, como revelação. (Eric Mantuan)