O riso nervoso não esconde a ansiedade de alguns torcedores para o jogo entre Santos e São Bento, amanhã (9), às 16h, na última rodada da fase de grupos do Paulistão. Sorocabanos, eles sempre torceram para as duas equipes, que duelarão diretamente na Vila Belmiro pela permanência na elite do estadual.

O jornalista Leandro Antonio, “mais São Bento do que Santos”, torce, na verdade, para “estar vivo após o apito final”. “Minha torcida será para que chegue rápido, que o jogo termine mais rápido ainda e que vença quem merecer nos 90 minutos, mais os acréscimos”, iniciou, nervoso. “O sentimento é de que esse jogo jamais deveria acontecer. Um misto de tristeza e vergonha. Já vi o São Bento nessa situação, mas o Santos, nunca”, complementou.

De fato, o Peixe nunca sequer foi rebaixado do Campeonato Brasileiro. Quanto mais de um Paulista. Neste momento, a equipe soma dez pontos e é a 14ª colocada na classificação geral, à frente apenas de São Caetano, já rebaixado (três pontos), e do São Bento, com nove, e na 15ª posição.

“O Santos, em seus 109 anos de história, nunca passou por isso. Campeonato curto, elenco reduzido e um calendário apertado por conta das medidas do Governo fizeram com que o time tivesse que ‘abrir mão’ do Paulista para se classificar na Libertadores. Que o Santos vença o confronto e que o São Bento aprenda com mais um rebaixamento”, escolheu Thiago Cordeiro, jornalista e um dos fundadores da Embaixada Santos Coperos Sorocaba.

“Meu filho de oito anos é sócio há sete e o meu de três é sócio há três. Eu fiz a carteirinha dele com um mês de vida. Nessas horas, o lado azul do coração fica em segundo plano”, respondeu, decidido.

Já o terceiro torcedor... Bem, ele é conhecido no meio “futebolístico” da região e, apesar da ansiedade, optou por não se pronunciar, afinal, qual for o resultado, ele já será bastante lembrado pelos colegas.

No “jogo da morte”, o São Bento só depende de si mesmo: ou seja, se vencer, permanece e ainda rebaixa o Peixe. Mas a parada é dura: o alvinegro praiano joga em casa e só precisa de um empate para escapar do descenso. (Marina Bufon)