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Preparador físico diz à equipe que o futuro chegou mais cedo

08 de Abril de 2020 às 00:01

O futuro chegou mais cedo Preparador físico Mauro Sandri é um dos idealizadores do sistema utilizado pelo Magnus Futsal. Crédito da foto: Divulgação / Magnus

“Com a pandemia, o futuro chegou mais cedo do que tínhamos previsto.” A frase é do preparador físico do Magnus Futsal e da seleção brasileira, Mauro Sandri. Ele foi um dos idealizadores dos treinamentos virtuais que a equipe sorocabana vem realizando.

Há três semanas em isolamento social, os atletas de Sorocaba treinam diariamente, sob a supervisão de Mauro e do fisioterapeuta Renan Fernandes, por meio de um aplicativo de conferência por vídeos.

“As ferramentas tecnológicas deixaram de ser algo do futuro e agora estão mais presentes do que nunca. Os profissionais que se reinventarem terão vantagem. Claro que o esporte, assim como a preparação física, estão inclusos nesse processo”, analisa Sandri.

Os treinamentos do Magnus visam não só manter uma rotina de trabalhos físicos, mas também manter o contato virtual entre os atletas, comissão técnica e diretoria. A inovação no método já faz com que outros clubes procurem os sorocabanos para aprender.

“Isso se tornou uma febre em vários lugares do mundo. Inclusive, auxiliamos muitas equipes e profissionais a implantarem a ferramenta”, falou o preparador, que aplicou um treino no sábado (4) que pode ser realizado por torcedores acompanhando pelas redes sociais.

“Na última semana introduzimos os treinos através das redes sociais do clube e foi um sucesso. Nos próximos dias teremos outras novidades e aumentaremos a interação com nossos torcedores. Nosso objetivo é sempre estar um passo à frente”, revela.

Treinamento profissional

Os treinamentos desenvolvidos foram pensados para a realidade de cada atleta e no espaço disponível para a execução. “As maiores dificuldades de treinarmos em casa estão relacionados com o espaço e a falta de equipamentos”, explica.

O futsal é um esporte de muita força, com grande contato físico em todos os momentos da partida. Com o isolamento social, as atividades coletivas estão suspensas. Mauro Sandri explica como os trabalhos são pensados para a diminuição da perda de força dos atletas.

“No quesito de força estamos realizando estímulos musculares diários, com o objetivo principal de manutenção de valência e claro da composição corporal dos atletas, principalmente com a massa magra e impedindo o aumento do percentual de gordura”, disse.

Outro ponto fundamental da modalidade é a velocidade e a agilidade dos jogadores. Apesar das dificuldades, por conta de os treinamentos serem realizados dentro das residências dos atletas, esse quesito é facilmente solucionável.

“Afinal, 80% dos deslocamentos no futsal acontecem entre zero a sete metros. Dessa forma, conseguimos realizar ótimos trabalhos de agilidade e velocidade mesmo em curto espaço. E estamos fazendo isso ao menos duas vezes por semana”, comenta.

A criatividade é crucial para elaborar os treinamentos. “Utilizamos muito a criatividade e principalmente utilizando os movimentos do esporte para elaboração dos ‘home training’. Simulando trocas de direções, saltos, giros e arranques”, ponta.

Um consenso entre os profissionais da área é que as perdas táticas e técnicas serão muito maiores do que as perdas físicas nesse período de práticas coletivas suspensas. Por isso, a manutenção do condicionamento é tão importante.

“A perda tática e técnica vai ser maior que a física, mas esse é um contexto mundial. Por isso, acreditamos que as equipes que mantiverem seus atletas em ótimas condições físicas, precisarão dar ênfase apenas nas questões técnico-táticas e sairão na frente”, finaliza. (Zeca Cardoso)