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Pandemia esfria projetos de clube-empresa

02 de Junho de 2020 às 00:01

Pandemia esfria projetos de clube-empresa Red Bull Bragantino aderiu ao modelo em 2019. Crédito da foto: Divulgação / Red Bull Bragantino

Sem jogar desde março, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro traçam alternativas para superar a perda de receitas. Pauta recorrente em 2019, os Projetos de Lei 5.082/16 -- já aprovado na Câmara dos Deputados -- e 5.516/19, em discussão no Senado, que abordam a transformação da gestão associativa dos clubes para o molde empresarial, se esfriaram em decorrência da propagação do novo coronavírus. Contudo, a decisão dos clubes não mudou e a maioria deles continua enxergando os projetos da mesma forma que os viam antes da pandemia.

Todas as 20 equipes afirmam ser favoráveis aos projetos. Contudo, a adesão aos moldes empresariais está longe de ser um consenso. Apenas Botafogo e Atlético-GO mostraram-se adeptos à migração de suas gestões, enquanto há clubes que ainda não discutiram essa pauta e outros que já discutiram e não se enxergam aptos a essa transformação.

Dentre os grandes paulistas, o Santos é o único que já avaliou a transformação. São Paulo, Palmeiras e Corinthians aguardam a tramitação das propostas para discutir a transformação em seus conselhos.

O São Paulo entende que essa “mudança pode trazer inúmeros benefícios”. Já o Palmeiras diz que a “discussão deve se concentrar na forma de tributação dos clubes”. O presidente Andrés Sanchez, do Corinthians, por sua vez, é favorável à aprovação, contanto que não ela não seja obrigatória.

Comprado pela empresa austríaca de energéticos Red Bull, em 2019, o Red Bull Bragantino atingiu sua meta e chegou à Série A do Campeonato Brasileiro em 2020. O clube avalia que o equilíbrio financeiro amenizou os impactos econômicos da pandemia, já que não depende de forma decisiva das rendas que foram paralisadas, como o dinheiro oriundo da bilheteria e de planos sócio torcedor, que a equipe ainda não possui.

Na análise do professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), “quem opta pelo modelo associativo, não está interessado na profissionalização do clube e acredita que vai perder o controle dele, principalmente, das questões financeiras que o envolvem”. (Estadão Conteúdo)