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Museu do Esporte

Memórias que respiram conquistas

No coração de Sorocaba, Palacete Scarpa abriga o Museu do Esporte Sorocabano, espaço onde a história, as vitórias e os grandes nomes permanecem vivos

08 de Novembro de 2025 às 19:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
Entre troféus, camisas e recordações, museu celebra heróis conhecidos e anônimos que transformaram a paixão pelo esporte em legado para a cidade
Entre troféus, camisas e recordações, museu celebra heróis conhecidos e anônimos que transformaram a paixão pelo esporte em legado para a cidade (Crédito: VERNIHU OSWALDO)

No coração de Sorocaba, ali onde a rua Souza Pereira encontra a Álvaro Soares, está o Palacete Scarpa, um dos símbolos da elegância sorocabana. Na porta principal do pequeno palácio fica o Museu do Esporte Sorocabano, local onde as memórias do passado se misturam com as conquistas atuais, e grandes nomes encontram reflexo para não serem esquecidos.

O museu foi inaugurado em 2018 e pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h. No local está exposto um acervo que inclui diversas lembranças do esporte local, como medalhas, troféus, roupas e fotos históricas.

Segundo Leonardo de Oliveira e Silva, chefe de seção e programação que trabalha no local, são poucos os visitantes — a maioria ocasional — que já vai ao prédio para realizar outra atividade e aproveita para conhecer o museu. No mesmo edifício também funcionam a Secretaria de Esportes e Qualidade de Vida de Sorocaba (Sequav) e a Secretaria da Habitação e Regularização Fundiária (Sehab).

O espaço, apesar de pequeno, permite uma viagem histórica pelas conquistas sorocabanas, mostrando grandes times de diversas modalidades. Entre eles, o Clube Atlético Minercal, equipe de basquete feminino que se destacou nos anos 1980, com grandes nomes, inclusive Hortência, considerada a maior jogadora de basquete do país. O Minercal chegou a ter seis atletas entre as 12 convocadas para os Jogos Pan-Americanos de Cuba, em 1991, ano em que o Brasil conquistou a medalha de ouro. E se o Minercal marcou época, outras pioneiras também ajudaram a moldar essa história.

O basquete sorocabano, que acumulou diversas conquistas ao longo do tempo, também está representado por uma das peças que mais chamam atenção no recinto: um casaco rosa e dourado que pertenceu à jogadora Ritinha, estrela dos anos 1960, que chegou a ser capitã da seleção brasileira.

Do garrafão para o gramado, o esporte sorocabano seguiu colecionando feitos. No futebol, o destaque vai para o Esporte Clube São Bento, o capítulo mais tradicional dessa história. Fundado em 1913, o Azulão carrega mais de um século de trajetória, marcada por conquistas, reviravoltas e pela fidelidade de sua torcida. No museu, o clube é lembrado com destaque: camisas, fotos e troféus ajudam a contar a jornada de craques como Mickey, Paraná, Odair Patriarca, Claudinho Anacleto e o treinador Abelha. Cada peça é um retrato de tempos em que o Estádio Walter Ribeiro pulsava com o som das arquibancadas. Para os mais saudosos, é um lembrete de que o São Bento é mais do que um time — é parte do coração esportivo de Sorocaba.

O futsal também ocupa lugar de honra entre as memórias esportivas da cidade. Com o Magnus Futsal, Sorocaba conquistou o mundo e se firmou como referência na modalidade. O clube, fundado em 2014, rapidamente se tornou uma potência, oferecendo ao público o espetáculo de craques como Falcão — considerado por muitos o maior jogador da história — e Rodrigo, o Capita, símbolo de raça e liderança. No museu, camisas e troféus do Magnus, inclusive das categorias de base, ajudam a contar essa trajetória vitoriosa.

Nem só de bolas pesadas vive o esporte sorocabano. O vôlei, com o Leite Moça, foi tricampeão brasileiro, campeão mundial em 1994 e bicampeão sul-americano, com atletas como Ana Moser, Ana Paula e Fernanda Venturini em suas fileiras.

Entre apitos e luvas, o museu celebra não apenas quem venceu, mas todos que ajudaram a construir o jogo. O árbitro Guilherme Ceretta tem sua camisa e foto expostas nas paredes do museu.

Nas vitrines mais recentes, o brilho vem do ringue. As luvas e camisetas de Abner Teixeira, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, simbolizam mais do que uma conquista: representam a força de quem transformou disciplina em vitória e sonho em história. Filho de Sorocaba, Abner levou o nome da cidade ao maior palco do esporte mundial: as Olimpíadas.

Nos armários, fechados por portas de vidro, medalhas e troféus se acumulam, símbolos de conquistas em diversos esportes, de diferentes tempos e categorias, testemunhas físicas da grandeza do esporte sorocabano. Os visitantes que quiserem conhecer mais detalhes sobre as peças podem consultar todo o acervo em pastas disponíveis na entrada do museu.

O acervo é composto majoritariamente por peças doadas; poucas vieram de centros esportivos. Ainda faltam representações de alguns atletas, como os olímpicos Priscilla Stevaux, do BMX — com duas Olimpíadas no currículo —, e Ana Beatriz, jogadora de vôlei medalhista de prata em Tóquio 2020, além do goleiro Brenno, campeão olímpico também em Tóquio, entre outros nomes de diversas modalidades.

Mais do que um espaço de lembranças, o Museu do Esporte Sorocabano é um convite à emoção. Cada troféu carrega o peso de uma história; cada camisa guarda o suor de quem acreditou em um sonho coletivo. Não apenas de gigantes como Hortência, Falcão e Venturini, mas também do esforço de centenas de ilustres desconhecidos que elevaram o esporte sorocabano com conquistas nos mais diversos esportes e nos mais diversos tempos. (Vernihu Oswaldo)

 

 

 

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