Os números sempre atraíram o sorocabano Ailton Moraes, não à toa ele seguiu carreira como professor de física. Mas uma outra paixão pulsou em seu peito: o Palmeiras. Depois de muitas anotações feitas nas arquibancadas, diante da televisão ou pelo rádio, o torcedor decidiu organizar os dados dos 111 anos do time do coração e disponibilizá-los para outros alviverdes e amantes do futebol. Foi assim que nasceu o Pelejas, site lançado no aniversário da Sociedade Esportiva Palmeiras, comemorado em 26 de agosto.

O portal oferece a visualização de todas as fichas técnicas dos mais de 6.435 jogos desde a fundação do clube, além de relatórios a partir de filtros aplicados sobre os dados. Outro diferencial é a seção “Minhas Pelejas”, na qual o usuário pode armazenar as partidas do Palmeiras que acompanhou no estádio, criando assim um arquivo pessoal.

Para que tudo isso fosse disponibilizado, foi necessário um longo processo de pesquisa, levantamento de dados, catalogação, validação e checagem, explica Ailton. “Depois disso, há a digitalização e inserção dos dados no site. De início, eu fazia tudo, depois contratei alguns freelancers, principalmente para o desenvolvimento do site. Todo esse processo se completou este ano, mas foram 15 anos de produção”, lembra.

A catalogação, no entanto, começou muito antes, entre os 10 e 14 anos de idade, ainda de forma manual, com anotações à mão. Na época, tudo era movido pela paixão e curiosidade em relação às estatísticas do futebol. “Essa paixão foi despertada na minha adolescência, devido ao time da segunda academia do Palmeiras, cuja escalação guardo na memória até hoje. Para mim, não era simplesmente uma escalação, mas soava como poesia: Leão, Eurico, Luís Pereira (ex-São Bento), Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei”, recorda.

Com a chegada dos computadores pessoais, Ailton criou um pequeno programa para digitalizar aquilo que antes era físico. “Quando a internet se popularizou, nos anos 1990, passei tudo para um site, apenas para uso pessoal. Mais para frente, por volta de 2010, tive a ideia de criar um site aberto para a torcida palmeirense”, conta o professor de física.

Hoje, o projeto concretizado é visto como “a realização de um sonho. Um sonho daquele garoto palmeirense se materializando”.

Duas versões

O site tem duas versões: gratuita e paga. Segundo Ailton, a gratuita permite que todos conheçam a proposta e experimentem suas funcionalidades, com acesso restrito a dois anos de conteúdo. Já a versão paga custa R$ 54,90 por ano e garante acesso total aos dados, além de ajudar a custear a manutenção e atualização do portal.

O Pelejas pode ser acessado pelo link pelejas.com/index.php.