Com espírito competitivo, superação e muita tecnologia, Sorocaba recebeu, ontem (14), a maior etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Mais de 130 estudantes, organizados em cerca de 40 equipes, disputaram ponto a ponto vagas para a próxima fase da competição, em um clima digno de grandes torneios esportivos. Ao final do dia, seis times garantiram classificação para a etapa estadual, marcada para 23 de agosto, em São Bernardo do Campo.

A Olimpíada Brasileira de Robótica desafia estudantes do ensino fundamental, médio e técnico a enfrentarem provas práticas com robôs construídos e programados pelas próprias equipes. Os competidores precisam demonstrar domínio técnico, trabalho em equipe e controle emocional para cumprir tarefas em uma das duas categorias: resgate, que simula missões automatizadas de salvamento, e artística, que avalia criatividade e sincronia entre humanos e máquinas em apresentações performáticas.

Em Sorocaba, o destaque ficou com a modalidade artística, que registrou o maior número de equipes inscritas da história em uma regional paulista: 38 grupos no total. De acordo com Anderson Ravaris, coordenador estadual da OBR, esta foi a última seletiva antes da fase estadual. “Essa é a nossa última regional classificatória. Quem passou aqui, já vai para a estadual no próximo sábado”, explica.

Avaliação técnica e criatividade

Na modalidade artística, os projetos são avaliados em duas etapas: a entrevista técnica (40% da nota) e a apresentação no palco (60%). Durante a entrevista, os próprios alunos explicam as soluções técnicas desenvolvidas, sem interferência dos professores.

“Os professores não participam das entrevistas. São os alunos que falam o que querem que os juízes avaliem, como movimentação, inteligência artificial ou manipulação de objetos. Já a apresentação é pública, não só para os juízes”, conta Hellynson Lana, professor de robótica do Colégio Etapa, que trouxe três equipes para essa fase.

Os desafios técnicos e emocionais também marcaram a experiência. Um dos alunos do Etapa, que já participou de edições anteriores e chegou ao Mundial em outra categoria, compartilhou sua motivação: “Ano passado, na estadual, travou tudo. A gente ganhou só uns pontinhos. Agora eu queria redenção. E deu certo. A apresentação funcionou”.

O professor Raphael Correia, também do Colégio Etapa, destacou a importância do suporte emocional e técnico. “Eles já provaram que são capazes, mas às vezes um fio escapa, dá mau contato na placa e nada funciona. Por isso estamos aqui para apoiar”.

Robô animado

Entre as equipes classificadas, a Pinguberry apresentou o projeto Coraline, um animatrônico desenvolvido ao longo de seis meses. As alunas Catarina Morais e Giovanna Lacerda, ambas de 17 anos, contaram sobre o processo de criação e o envolvimento emocional com o projeto.

“A gente vem trabalhando na Coraline há seis meses. Foi preciso conciliar a preparação para o vestibular com esse sonho. Foi realmente uma criação nossa, com a ajuda do mentor Rodrigo e da minha mãe”, diz Giovanna.

A apresentação também marcou um encerramento de ciclo para as duas. “Esse é o nosso último ano. A gente queria muito ter essa experiência. Tentamos nos anos anteriores e não podíamos perder a oportunidade de participar uma última vez”, acrescenta Catarina.

A Olimpíada Brasileira de Robótica é organizada por professores voluntários de universidades públicas e privadas e conta com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do CNPq e do Governo Federal. Alunos classificados para a etapa nacional recebem o título de medalhistas olímpicos, o que pode garantir acesso direto a universidades públicas e bolsas de iniciação científica.

A etapa nacional da OBR será realizada entre 13 e 19 de outubro, em Vitória, Espírito Santo. As equipes vencedoras garantem vaga para representar o Brasil na RoboCup 2026, competição internacional de robótica.

EQUIPES CLASSIFICADAS

* Divina Star DAMG* Armadillos
* Pinguberry
* Sesi Scooby-Itu I
* Sesi Nano Tecno Robótica
* Itabotics