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Paixão em forma de tecido

Apaixonados por futebol e colecionadores se reúnem para troca e venda de camisas de times, além de muita resenha

16 de Junho de 2025 às 22:00
Thaís Marcolino [email protected]
Evento foi realizado em shopping e atraiu bom público: muitas peças raras para
venda
Evento foi realizado em shopping e atraiu bom público: muitas peças raras para venda (Crédito: THAÍS MARCOLINO)

As camisas são itens clássicos do gosto de uma pessoa por esporte. Se é por futebol então, as chances de o guarda-roupa reunir peças e mais peças com os escudos, não só do time do coração, são enormes. Quem tem uma coleção de mais de cinco mil peças e transformou a paixão em profissão é Sérgio Henrique de Oliveira. Dos 58 anos de vida, 30 são destinados a colecionar vários itens relacionados ao futebol, como as camisas. Ele era um dos mais experientes colecionadores do ramo em um evento de troca e venda realizado no fim de semana, no Esplanada Shopping, em Votorantim. Entre os itens trazidos por ele, estava a do Palmeiras 1989/90, autografada por ídolos da época, como Zetti, Nenê, Galeano, Velloso, entre outros. O artigo era um dos mais caros da exposição. A peça custa em torno de R$ 1.300.

“Eu trabalho com colecionismo de várias coisas. Comecei com as camisas porque sempre gostei de futebol e de esporte. Hoje é a minha maior coleção mesmo, tanto de peças nacionais quanto internacionais”, conta. “Nunca fui atleta profissional, mas sempre gostei muito do esporte como um todo. O esporte para mim é tudo. Qualquer jogo acompanho, não importa de qual campeonato e divisão seja. Se o futebol está bom, estou assistindo.”

Apesar de trabalhar com a venda e troca de artigos esportivos, Sérgio tem aquelas peças queridinhas que até expõe para resenhar com a galera, mas não tem pretensão de vender, como a que o rei Pelé usou em 1969/1970. Outra que também carrega muita história e faz parte da coleção é uma do São Paulo, usada por Serginho Chulapa, em 1981. O item também carrega autógrafos de outros ídolos tricolores: Zé Sérgio, o técnico da temporada Carlos Alberto Silva etc.

Por falar em resenha, algumas vendas e até trocas eram desenroladas por meio do bate-papo entre o público presente. No mínimo, cem peças giraram pelos cabides e sacolas do evento. Desenvolvedor de software e colecionador, Thiago Felipe Belo participou do encontro pela primeira vez e faz bastantes trocas. “A gente conversa, um vai falando do momento que conseguiu a camisa, o que ele gostaria de ter e no final dá certo”, comenta o rapaz de 29 anos.

Mesmo sendo um dos expositores mais jovens, Thiago, na companhia de mais dois amigos, possui mais de 120 peças. A mais antiga é do Marítimo, de Portugal, de 1960. Já a mais nova, a da temporada atual do Corinthians, seu time do coração. “Quando era moleque não tinha grana para comprar, então a primeira original só fui ter quando já estava trabalhando. E foi a partir daí que fui comprando uma, duas e quando a situação financeira foi estabelecendo comecei a comprar as mais antigas e aí me tornei um colecionador”, relembra o jovem, que tem uma loja virtual do ramo há quatro anos.

“O futebol na minha vida, vem de uma conexão muito familiar. Meu pai era árbitro. Por muito tempo a relação com meu pai era um pouco estremecida, mas o futebol meio que unia a gente. Então, essa parte familiar me pega bastante. É o que eu tenho feito com meus sobrinhos também, procuro sempre estar passando esse gosto para eles. E, pô, fiz muitos amigos. Hoje tenho um negócio só disso, do futebol. Para mim é muito legal viver disso, trocar ideia, resenhar sobre isso”, complementa.

Coleção tem que girar

A maioria do público que esteve presente tinha só um querer: conseguir uma camisa nova, seja pela troca ou pela venda. Os amigos Enrico Bergamaschi Zanchetta e João Vitor Borborema dos Santos, vieram de Salto e Itu, respectivamente, justamente para movimentar a coleção que têm. Mesmo com 15 anos, unindo os itens da dupla, eles acumulam mais de 30 camisas em casa. Agora voltaram com menos na sacola, mas retornaram para a casa com peças que estavam querendo a um bom tempo.

O Enrico pegou quatro: uma do Tijuana (México), da seleção de Paraguai, do Lion (França) e da Argentina. Já João, veio na esperança de trocar as atuais por uma camisa de 1996 do Corinthians, mas não encontrou, então acabou levando uma da Juventus-ITA. Os dois foram ao evento na companhia dos pais do João.

Em Sorocaba, os santistas Jesley Costa Martins e Guilherme Rodrigues Martins souberam do evento por acaso e aproveitaram para trocar algumas peças. Eles levaram várias, mas optaram por trocar a do Santos de 1997 por a do time do coração de 2006.

“No começo a gente comprava por esporte e depois começamos a pegar gosto. Se sai algum modelo novo, já vamos comprar. Esse amor pelo esporte e pelo Santos a gente compartilha muito em família e é muito bom ter um evento disso aqui para gente. Se der viremos nos próximos também”, diz o operador de máquinas de 40 anos.

O evento

Um dos idealizadores do evento, João Pedro Bandeira conta que a proposta é justamente aproximar pessoas que gostam de esporte, principalmente o futebol. “É uma comunidade muito grande, mas que pouca gente conhece e esses evento são muitos comuns na capital e poucas vezes vêm para cá. Então, eu tive a idade de trazer para Sorocaba e atinge toda a região, claro. Foi um sucesso e estou muito feliz pelo resultado”, acrescenta. Foram, no total, 15 expositores que levaram um acervo especial de camisas que marcaram época, assim como peças raras e histórias de clubes brasileiros e internacionais.

 

 

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