Sorocaba sedia, neste fim de semana, a etapa regional do Muscle Contest, um campeonato de fisiculturismo. Segundo a organização, são esperados mais de 200 atletas no Ipanema Clube, localizado na região central. Esta é a terceira vez consecutiva que a cidade recebe o evento que tem se tornado um dos mais fortes do interior paulista. Aos interessados, ainda é possível se inscrever.

A pesagem — procedimento necessário na modalidade — está marcada para hoje (15), tanto no feminino como masculino. Já amanhã (16), a partir das 9h, os atletas competem nas sete divisões diferentes. São elas: figure, women’s physique, bodybuilding, classic physique, bikini, wellness e men’s physique. A competição também será transmitida no canal do Muscle Contest no YouTube.

Os mais bem colocados recebem troféus e a qualificação para participar de grandes eventos, como Arnold Classic e Mr. Olympia Brasil, que estão previstos para o ano que vem, na Capital.

Um dos participantes em Sorocaba é André Feitoza, 37 anos. Ele disputa na divisão classic physique, sendo nas classes estreantes, open e máster 35+. Apesar de já seguir o estilo de vida requisitado pelo esporte e acompanhar a distância os campeonatos, essa é a primeira vez que se inscreveu em um.

O analista de TI conta que chegou a entrar na preparação antes para ver como era, mas teve uma lesão no tendão do bíceps, o que acabou atrasando um pouco. “Agora é para ser como uma superação pessoal e estou tranquilo, pois a preparação está indo muito bem”, afirma.

O que poucos veem

A preparação em questão começa cedo. A do André, por exemplo, teve início em agosto. Segundo Bruno Matielo de Andrade, responsável pelo treino e pela dieta do atleta, são várias fases, como o déficit calórico, priorizando as proteínas que ajudam a segurar a massa muscular. A musculação prossegue.

“Essa última semana é a semana de pico com a hiper-hidratação e desidratação. No dia que antecede a competição acompanhamos como o físico reage às quantidades elevadas de carboidrato e proteína com o objetivo de guardar energia e aumentar aquele aspecto de máxima definição muscular”, explica Bruno.

Outro ponto que conta muito — e é a base da competição — é a pose feita frente aos jurados. “Como a avaliação é exclusivamente visual, nem sempre o melhor físico ganha. Ganha quem sabe se mostrar melhor. Ou seja, quem valoriza o que deve ser valorizado e esconde aquilo que não está tão bom. A única maneira de conseguir isso é através das poses”, relata a educadora física Rejane Colasuonno Manso, conhecida como Nani.

Cada categoria tem suas poses obrigatórias que são pedidas pelo árbitro central. São nessas poses que a arbitragem avalia cada critério em cada atleta, um ao lado do outro. Se o competidor se mostra cansado, com dificuldade de segurar a pose, é um ponto negativo. Se não sabe como montar a pose de maneira que se valorize, ele pode parecer pequeno, ou sem definição, o que é prejudicial em categorias que exigem alto grau desses critérios. O inverso também ocorre.

“Assim como o treino de musculação ou o aeróbio, o treino de poses deve fazer parte da rotina de uma atleta de fisiculturismo, independente de sua fase de preparação”, finaliza Nani.