Libertadores
Palmeiras vive primeira grande crise na ‘era Abel’
O Palmeiras foi aplaudido por parte da torcida no Allianz Parque, na quarta-feira (21), ao empatar por 2 a 2 com o Botafogo e ser eliminado nas oitavas de final da Libertadores, após perder o jogo de ida por 2 a 1. Os aplausos vieram como reconhecimento do esforço dos jogadores para reagir, pois perdiam por 2 a 0 e chegaram até a virar o placar, mas o terceiro gol foi anulado por causa de um toque de mão de Gustavo Gómez. Apesar das palmas, o resultado coloca o clube alviverde em situação de pressão e desenha a primeira grande crise na “Era Abel Ferreira”.
Campeão brasileiro nas duas últimas temporadas, o time de Abel vivia a expectativa de voltar a brigar por títulos de Copas, mas eliminado da Libertadores e da Copa do Brasil ainda nas oitavas de final, para Botafogo e Flamengo, respectivamente, vai ter que se dedicar à busca do tricampeonato nacional. No plano orçamentário do clube, previa-se chegar ao menos às quartas de final dos torneios de mata-mata.
O ano não é um completo desastre para o clube, mas há sinais de desgaste. Ao longo da temporada, o Palmeiras teve de lidar com algumas situações desconfortáveis envolvendo ídolos. Em maio, Abel Ferreira foi acionado na Fifa pelo Al-Sadd, do Catar, pelo não cumprimento de um pré-contrato que teria assinado com os dirigentes locais. Respaldado pela diretoria, o português tocou apenas uma vez no assunto, durante coletiva.
“Hoje eu continuo aqui. Se tudo correr normalmente, até 2025, que é até onde eu tenho contrato. Sobre esse assunto, eu não falo mais. Essa é a única verdade e a única certeza”, afirmou na época.
A situação trouxe algum desconforto, mas nada comparado à avalanche causada pela negociação entre Dudu, um dos maiores ídolos alviverdes, e o Cruzeiro, que chegou até a anunciar um acordo. Diante da repercussão negativa entre a torcida palmeirense, o atacante voltou atrás. Antes do desfecho, a presidente Leila Pereira chegou a dizer que o ciclo do atleta no clube estava encerrado, mas a resolução foi pela permanência, apesar da quebra de confiança.
Tudo isso ocorreu no momento em que finalmente o atacante estava recuperado das lesões que o deixaram quase um ano sem jogar. O retorno era considerado um reforço para o time, especialmente após a saída de Endrick, mas o cenário trouxe desconfiança, e ele ainda não voltou a apresentar o futebol que o consagrou, além de ter se lesionado, em grau mais leve.
Fora a volta de Dudu, o Palmeiras tinha expectativas altas com a chegada de Felipe Anderson, grande contratação da última janela de transferências e que ainda não rendeu o esperado.
Existe um cenário de questionamentos ao trabalho do treinador português, mas restrito às redes sociais. O tom adotado pela presidente Leila Pereira após a eliminação para o Botafogo, entretanto, foi de confiança. (Estadão Conteúdo)