Empate no MorumBis
Lucas faz gol, dá assistência, mas não consegue levar o São Paulo à vitória diante do Botafogo
O empate por 2 a 2 entre São Paulo e Botafogo nesta quarta-feira (24), no MorumBIs, pela 19ª rodada, trouxe mensagens importantes para as próximas rodadas dos dois times no Campeonato Brasileiro. O time tricolor não pode depender apenas de Lucas e Ferreira se quiser se aproximar dos líderes e voltar à zona de classificação direta para a Libertadores; os botafoguenses reafirmam a condição de candidatos ao título.
O problema maior do São Paulo foi a falta de mobilidade no meio e de aproximação entre os setores, principalmente na etapa inicial. O time explorou apenas as individualidades. E Lucas correspondeu como principal alternativa de ataque. Tem sido assim nos últimos jogos: ele foi o responsável por todos os últimos gols do time do torneio. Mas jogou praticamente sozinho; seu desempenho não foi acompanhado de perto pelos meias.
O Botafogo, por sua vez, reafirmou a força do conjunto. Mesmo sem Júnior Santos, principal atacante que se lesionou na última semana, o time já se reorganizou para fechar o meio com três volantes e jogar pelas pontas, explorando principalmente o avanço dos laterais. E deu certo. Parece ter encontrado um jogo sólido para continuar na liderança.
Os primeiros minutos foram uma antecipação de um confronto agitado. Foi assim desde o primeiro apito. Os donos da casa aproveitaram a primeira investida quando Bastos acertou o rosto de Ferreira dentro da área, aos 5 minutos. É o tipo de lance que nem todos os árbitros apitariam. Pênalti convertido por Lucas.
A resposta botafoguense foi quase que imediata: Tiquinho Soares cabeceou na área viu a bola tocar no braço de Welington. Após recomendação do VAR, o árbitro marcou a penalidade. O próprio Tiquinho empatou. Aos 10 minutos, portanto, o placar já apontava 1 a 1, após um pênalti para cada lado.
Gradativamente, a balança da partida começou a pender para o lado carioca. Bobadilla e Luiz Augusto não conseguiam se aproximar dos meias e dos atacantes do time tricolor. Faltava dinamismo, tocar e aparecer para receber à frente. Com isso, o time ficou sem fluidez. Lesionado, Alisson ainda faz falta.
Além das arrancadas de Lucas, quase sempre cercadas por dois ou três defensores, Ferreirinha era a outra válvula de escape. Os meias faziam os lançamentos e torciam que ele tirasse um coelho da cartola. Ou da chuteira. Obviamente, nem sempre ele conseguia Ao perder a bola, o time abria espaço para contra-ataques.
Mais contundente e objetivo, movendo-se sempre em bloco, o Botafogo virou aos 21 minutos. O lateral Cuiabano adquiriu um protagonismo improvável, invadiu a área e fez o segundo gol após belo passe de Tiquinho.
O time do Botafogo recuou e armou a arapuca do contra-ataque. Poderia ter feito o terceiro gol ainda no primeiro tempo, após duas arrancadas de Luiz Henrique. O time visitante mostrou mais alternativas táticas e mais personagens aptos para controlar e definir o jogo. O grande destaque botafoguense foi o atacante Luiz Henrique, que levou vantagem sobre os defensores em praticamente todos os lances.
O Botafogo, no entanto, recuou muito, sentiu-se confortável demais com a vantagem e cometeu um pecado mortal: deu espaço para Lucas. Em mais uma arrancada, ele lançou Ferreira, que conseguiu o empate aos 14 da etapa final.
Embalado pelo empate e pela mudança de atmosfera no estádio causada pela entrada de Calleri no lugar de André Silva, o São Paulo se aproximou da vitória. Novamente o leme da partida mudou de mãos. O time da casa perdeu duas grandes chances, com Ferreira e Luciano. (Estadão Conteúdo)