Caso Daniel Alves
‘Ela não me disse que não queria fazer sexo’
Daniel Alves prestou depoimento ontem (7) ao Tribunal de Barcelona, na Espanha, sobre a acusação de estuprar uma mulher de 23 anos em uma boate da cidade. Ele chorou durante a sua fala e afirmou que a relação foi consensual. O jogador afirmou que consumiu bebida alcoólica e disse, ainda, que não forçou a denunciante a entrar no banheiro onde a suposta agressão sexual teria ocorrido. A audiência de ontem foi o último dia de depoimentos. Agora, a Justiça tem um prazo de 20 dias para anunciar a sentença.
Preso preventivamente há cerca de um ano, Daniel Alves prestaria depoimento anteontem (5), mas a juíza atendeu ao pedido da defesa para ele ser ouvido depois da mulher que o acusa, testemunhas e peritos. O jogador mudou sua versão sobre o caso por diversas vezes, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga do País.
“Ela colocou a mão para trás e começou a tocar nas minhas partes. Estávamos dançando, interagindo. Já estávamos mais próximos, ela começou a dançar mais perto de mim, esfregando suas partes nas minhas. Uma típica dança disco. Uma dança um pouco mais próxima. Ela colocou a mão para trás e começou a tocar minhas partes”, disse Daniel Alves, em seu depoimento. “Não precisei insistir para que ele fosse ao banheiro. Ela disse ‘sim’ para ir ao banheiro, não precisei insistir. Eu falei para ela que ia primeiro ao banheiro e esperei um pouco, pensando que ela não ia vir, que ela não queria. E quando abri a porta praticamente esbarrei nela na porta”, continuou.
“Ela se ajoelhou na minha frente e começou a me fazer sexo oral. Baixei as calças e sentei no vaso sanitário”. Alves imitou a posição perante o tribunal. “A felação (sexo oral) foi praticamente toda a relação. Eu estava com as costas pressionadas. Depois ela sentou na frente das minhas pernas, quando fui ejacular, o fiz fora de sua parte íntima. Em nenhum momento ela me disse que não queria nada. Eu não dei um tapa nela, nem a joguei no chão. Não sou um homem violento. Ela não me disse que não queria fazer sexo”.
“Nunca mais vi a reclamante e seus amigos. Quando saímos do clube, eu tinha bebido demais. Minha esposa estava dormindo na cama.
É a mesma coisa que eu disse no segundo (depoimento à Justiça). No primeiro eu só disse sexo oral porque pensei que minha esposa poderia me perdoar. Recebi a notícia de que estavam me acusando de estupro na imprensa. Meu mundo desabou. Fiquei praticamente arruinado porque bloquearam minha conta no Brasil e quebraram todos os meus contratos”, terminou.
Nos dois primeiros dias de júri, repetidas vezes as testemunhas falavam sobre o estado de embriaguez de Daniel Alves no dia em que o abuso teria acontecido em uma casa noturna na cidade de Barcelona. Segundo especialistas, a defesa do jogador pode utilizar isso como argumento para a redução de uma possível pena. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)