Obrigado, Marinho!
Familiares e amigos se despedem do ex-zagueiro Marinho Peres
Familiares e amigos se despediram, ontem (29), do ex-zagueiro sorocabano Mário Peres Ulibarri, conhecido como Marinho Peres. O velório ocorreu na Ossel da Vila Assis, em Sorocaba. O corpo foi cremado em Vargem Grande Paulista. O ex-atleta morreu na noite de segunda-feira (18), aos 76 anos. Parentes disseram que ele estava internado em um hospital particular de Sorocaba há um mês, por conta de um pneumonia, vindo a falecer em decorrência de complicações da doença.
Para Almir Laurindo, presidente do São Bento, time no qual Marinho iniciou a sua carreira em 1965, ele teve uma trajetória exemplar e alcançou feitos que são sonhos de qualquer jogador, como a disputa de uma Copa do Mundo. Por isso, até hoje, é apresentado para as novas gerações de atletas como modelo a ser seguido. “Ele vai sempre ficar na história do nosso Bentão e nos nossos corações. Infelizmente, a vida vai levando os nossos grandes ídolos, mas ele deixa um grande legado de pessoa idônea, de ser humano, de profissional”, disse.
Ademir de Barros, o Paraná, ex-jogador de Azulão, São Paulo e seleção brasileira, lembrou dos anos de amizade com Marinho Peres. Os dois integraram, juntos, o elenco do São Bento por um período e, mesmo quando estavam em clubes diferentes, se reencontraram várias vezes em duelos. Segundo Paraná, a rivalidade entre eles existia somente nos campos, porque, fora deles, transformavam-se em verdadeiros amigos. “Vamos sempre lembrar da memória dele”, comentou.
Claudino Cândido de Barros, o Candinho, ex-São Bento, Uberlândia, Rio Preto, Flamengo-PI e CRB, tinha em Marinho Peres um adversário nos gramados e “um grande amigo, um amigo sensacional” quando a bola parava de rolar. Ele, igualmente, destacou o sucesso do caminho percorrido pelo colega. “O que ele fez dentro de campo, muitos queriam fazer”.
Geraldo Lopes Peres, primo de Marinho, ressaltou as suas diversas qualidades enquanto ser humano, especialmente, a idoneidade, o bom humor e, sobretudo, o altruísmo. De acordo com Peres, ele não media esforços para fazer o bem ao próximo. “Era uma pessoa de coração nobre, não tinha maldade nenhuma. Se ele soubesse que um amigo precisava de ajuda, passando por uma necessidade, imediatamente, ‘corria’ ajudar. E não levava somente uma cesta básica; ele amparava o amigo e a família”, contou.
Álvaro Peres, sobrinho de Ulibarri, considera uma horna ter convivido tão de perto com o ex-zagueiro e não esconde o orgulho por ser parente dele. “Para mim, foi um privilégio, uma sorte muito grande. Imagine como foi, quando criança, ter um tio que era capitão da seleção brasileira e que jogava em grandes clubes”. Para ele, o tio brilhou no esporte e na vida, com seu amor, alegria, otimismo e companheirismo. “Marinho sai dessa vida como um vencedor, com certeza. Ele vai deixar um vazio muito grande. As lembranças que eu tenho da vida ao lado dele, na minha juventude, especialmente, vão tentar preencher essa lacuna, mas ela nunca será efetivamente preenchida”, finalizou.
Ex-clubes celebram trajetória do astro
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e clubes pelos quais Marinho Peres passou lamentaram a morte do ex-jogador, por meio de notas. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse que o ex-jogador foi destaque tanto no futebol nacional, quanto internacional. “Marinho Peres representou muito bem a seleção brasileira em diversas oportunidades. Teve uma carreira brilhante como jogador e também se destacou como técnico de grandes clubes do Brasil e do exterior. Conquistou títulos importantes, como o do Brasileiro de 1976, atuando pelo Internacional. Envio meus sentimentos aos familiares e amigos.”
“Marinho Peres está na história do Azulão, entre os três atletas profissionalizados que disputaram uma Copa do Mundo (1974, fazendo dupla com o também beneditino Luís Pereira). Marinho tem 65 jogos com a camisa do São Bento e como técnico ficou à frente do time em 1982 e 1990 em 13 jogos oficiais. Deus conforte todos os amigos e familiares”, escreveu o São Bento.
“Aos fãs, à família e aos amigos, fica o nosso carinho neste momento de tristeza, na certeza de que Marinho Peres nunca será esquecido dos corações rubro-verdes”, lamentou a Portuguesa, lembrando de seus feitos pela equipe: 262 partidas disputadas e 27 gols. Entre eles, o primeiro da Lusa marcado na inauguração do estádio do Canindé, em partida contra o Benfica, no ano de 1972.
O Santos decretou luto oficial de três dias e hasteou a bandeira do clube à meio mastro. O Internacional citou algumas das conquistas de Marinho durante a carreira. “Capitão do Brasil em Copa do Mundo, parceiro de Pelé na última taça do Rei pelo Santos, primeiro xerife do Barcelona de Cruijff... e campeão no Inter: Marinho Peres foi um gigante do futebol brasileiro”, publicou.
O Palmeiras também reconheceu a importância do ex-jogador, se referindo a ele como “grande zagueiro” e prestou “condolências aos familiares e amigos neste momento de dor e saudade”. “Desejamos aos familiares e amigos os nossos mais sinceros sentimentos, na certeza de que Deus irá consolar os corações de todos que amavam Marinho Peres”, escreveu o América-RJ. (Vinicius Camargo)
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