Antirracista só no protocolo
Vini Jr. marca e Brasil goleia Guiné em Barcelona, mas amistoso festivo teve registro de racismo

“Com racismo não tem jogo”. Sob o lema antirracista, que moldou o cenário do amistoso de ontem, a seleção brasileira venceu Guiné por 4 a 1, no vazio Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona, na Espanha. Durante o primeiro tempo, o Brasil atuou com um uniforme preto pela primeira vez em sua história. O jogo ainda ficou marcado por manifestação dos jogadores, cartazes da torcida em homenagem a Vinícius Júnior, que marcou um dos gols. Mas isso não impediu um caso de racismo contra um amigo do atacante do Real Madrid nas dependências do estádio antes de a bola rolar.
Assim que o árbitro letão autorizou o início do jogo, jogadores de Brasil e Guiné se ajoelharam e sentaram no chão em protesto contra o racismo por um minuto. Apesar do estádio com muitos lugares desocupados, a torcida fazia barulho a casa vez que Vini Jr. tocava na bola. Nas arquibancadas, torcedores exibiam cartazes e faixas com menção ao brasileiro e em combate aos racismo.
Joelinton, Rodrygo e Éder Militão também balançaram as redes pela seleção brasileira. Guirassy fez o gol de Guiné, quando os africanos perdiam por 2 a 0.
Os comandados de Ramon Menezes não apresentaram um futebol vistoso e tiveram dificuldade para controlar efetivamente o modesto adversário. Vini Jr., que tinha os holofotes voltados para si e vestindo a camisa 10, fez um jogo discreto. Melhorou a atuação no segundo tempo, com jogadas plásticas, adornada pelo gol de pênalti nos minutos finais.
Guiné não se intimidou no primeiro jogo contra uma seleção campeã mundial e seus jogadores não facilitaram a vida dos brasileiros, que demoraram a se encontrar no jogo. O ritmo da equipe guineana não era nada amistoso.
Na volta do intervalo, o Brasil trocou o uniforme preto pelo tradicional, com camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos.
O Brasil volta a atuar na próxima terça-feira (20), em Lisboa, no Estádio José Alvalade, casa do Sporting, às 16h. O adversário será mais poderoso: Senegal, que chegou às oitavas de final da última Copa do Mundo e tem jogadores de relevo internacional. (Estadão Conteúdo)
BRASIL 4 x 1 GUINÉ
Brasil - Ederson; Danilo (Vanderson), Éder Militão, Marquinhos e Ayrton Lucas; Casemiro, Joelinton (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Raphael Veiga); Vini Jr. (Rony), Rodrygo (Malcom) e Richarlison (Pedro). Técnico: Ramon Menezes
Guiné - Ibrahim Koné; Antoine Conté (Dembo Sylla), Sow, Mouctar Diakhaby e Issiaga Sylla; Diawara, Moriba (Aguibou Camara), Guilavogui (Morlaye Sylla) e Naby Keïta (Cissé); Kamano (Diaby) e Guirassy (José Kanté). Técnico: Kaba Diawara
Gols - Joelinton, aos 27, Rodrygo aos 30, Guirassy, aos 36 minutos do primeiro tempo; Éder Militão aos 2, Vini Jr., aos 43 do segundo tempo
Árbitro - Andris Treimanis (LET)
Cartões Amarelos - Lucas Paquetá, Casemiro, Sylla
Público e Renda - Não disponíveis
Local - Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona