Esportes
Cuca não suporta pressão, pede demissão e não é mais o técnico do Corinthians
Tite e Vanderlei Luxemburgo são dois nomes apontados para assumirem o cargo
Cuca não é mais o técnico do Corinthians. Durou seis dias a passagem do treinador, que não suportou a pressão de parte da imprensa e da torcida por causa da sombra do passado, condenado por estupro de uma menor na Suíça, em 1989. O anúncio foi feito 1h30 após a vitória sobre o Remo na Copa do Brasil, por 2 a 0, no tempo normal e 5 a 4 nos pênaltis.
A família pediu para Cuca abandonar o cargo por causa da pressão. Tite e Vanderlei Luxemburgo são dois nomes apontados para assumirem o cargo. O próximo jogo do Corinthians é sábado, às 18h30 diante do Palmeiras, no Allianz Parque.
Outro técnico a ficar pouco tempo no clube foi Júnior, em 2004, que saiu após dez dias no comando, com duas derrotas por 3 a 0 para São Caetano e São Paulo.
Cuca fez um pronunciamento: "Foi um jogo demais. Pela primeira vez pude sentir o pulsar da Fiel, da Arena. Foi maravilhoso com a conquista desta vaga. Foi um dia vivido como um sonho, foi maravilhoso."
O técnico então passou a falar da pressão que sofreu fora de campo. "Foi quase um massacre, um pesadelo. Eu estava muito concentrado para este decisão com o Remo. Os jogadores me emocionaram, eles sentiram o que eu estava passando. Não quero ser vítima de nada, mas foi a pior coisa que se pode passar, quando invadem a rede social de suas filhas, de sua mulher com ameaças, ofensas descabidas... vou fazer 60 anos, você pesa o que vale a pena e o que não vale. Vale a pena minha família, a coisa mais importante para mim. Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet, mas não quero entrar em detalhes."
Por fim, o treinador anunciou sua saída. "Não era o que queria, foi um pedido de minha família. Amanhã (quinta-feira) estarei em casa, vou cuidar de vocês", disse Cuca, que falou da contratação de advogados. "Quem, julga pode ser julgado", afirmou. "Quero agradecer o presidente (Duílio Monteiro Alves), já havia tomado esta decisão ontem (terça-feira). Ele é um cara do bem, é como se fosse mais um, simples, humilde... ele está sofrendo pressão enorme não é justo deixar ele, os jogadores, a diretoria sob esta pressão. Agradecer os jogadores também que compraram minhas ideias... se Deus quiser eu volto um dia para fazer um trabalho do começo ao fim."
Treinador processará jornalistas por “distorção”
Cuca se reuniu ontem (27) com seu advogado, Daniel Leon Bialski, para orientá-lo a mover um processo contra as pessoas que, na avaliação do treinador, distorceram fatos ligados à sua condenação por envolvimento em crime sexual com uma menina de 13 anos, em Berna, na Suíça. O caso aconteceu em 1987 e o profissional, então jogador do Grêmio, foi condenado em 1989.
“Quem distorceu sabe que distorceu. Quem passou do limite sabe o que fez”, afirmou o advogado do técnico, que também é representado pela advogada Ana Beatriz Saguas. “Essas pessoas vão ser responsabilizadas na esfera civil e na criminal”, completou Bialski.
São ao menos cinco pessoas que estão na mira do ex-treinador do Corinthians. O advogado recusou citar nomes. Revelou apenas que entre os alvos estão jornalistas. “(Serão processados) todos que de forma criminosa distorceram a verdade, o caluniaram e difamaram”. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)