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Rei do Futebol

O ‘alemão’ e o ‘baixinho abusado’

31 de Dezembro de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
Pelé e Paraná: amigos desde a seleção...
Pelé e Paraná: amigos desde a seleção... (Crédito: DIVULGAÇÃO / PANATHLON (28/8/2013) )

Ademir de Barros, conhecido como Paraná, craque revelado pelo São Bento, também bateu bola com o Rei do Futebol. Os dois jogaram juntos na seleção brasileira que disputava a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Mas essa não foi a primeira vez que os dois dividiram o mesmo campo. Antes disso, Paraná e Pelé jogaram juntos na seleção paulista, em 1965.

Aos 80 anos, o ex-atleta disse que Pelé, além de bom de bola, era bom de papo. Eles passavam horas conversando nos quartos dos hotéis em que os jogadores ficavam hospedados. O atacante da seleção recebia muitos presentes de fãs e pedidos de autógrafos. De acordo com Paraná, era praticamente impossível assinar todos os objetos que chegavam. Não demorou muito para Pelé pedir uma “mãozinha” para atender os pedidos dos fãs.

“Era muita coisa para o Pelé assinar sozinho. Ele não saía para não causar aglomeração, então o pessoal deixava papel, caneta. Ele sempre me chamava para ajudar a assinar, porque eu fazia igual. A gente chamava ele de ‘alemão’, ficávamos no quarto conversando. Ele sabia tudo, mais que a gente, e nos ajudava nas estratégias de jogo”, relatou.

...e rivais em clássicos pelos times de Santos e São Paulo - REPRODUÇÃO
...e rivais em clássicos pelos times de Santos e São Paulo (crédito: REPRODUÇÃO)

Paraná contou que, para ele, todos os momentos com Pelé foram marcantes. Aos risos, ele relembrou o jeito que o camisa 10 o chamava: “baixinho abusado”. Isso poque o ex-jogador do São Bento brincava que ia “meter a bola” no meio das pernas do Rei. O último encontro que os dois tiveram foi no dia 20 de agosto de 2013, quando o Panathlon Club Sorocaba entregou o prêmio de Mérito Esportivo ao Pelé.

Na mesma ocasião, o Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo (CREF4/SP) entregou o registro de número 100.000 para o Rei Pelé, que era formado em educação física. O encontro ocorreu em seu escritório, em Santos, porque a marca Pelé, administrada por uma empresa americana, não permitia eventos públicos sem autorização. Foram seis meses de contato até o encontro. Pelé pediu desculpas pela burocracia do mundo empresarial.

“Em 2013, estive com ele, logo quando foi operado do fêmur. Fomos entregar o diploma lá e prestamos homenagem, o Panathlon também. Ele entrou na sala mancando. Conservei com ele e perguntei se estava fazendo fisioterapia. A resposta foi ‘não’. Disse que faltava tempo. Falei que ele tinha que se cuidar. Foi minha última conversa com ele. Agora temos que nos despedir do Pelé, isso é muito triste”, lamentou. (Wilma Antunes)

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