Dia do julgamento
Justiça Desportiva julga terça WO na ‘Tropeiros’; clubes dão versões
A Justiça Desportiva de Sorocaba julgará na terça-feira (9), às 19h, conforme edital de intimação publicado ontem (5) no jornal Município de Sorocaba, o recurso do Barcelona que pede a impugnação da partida com o Novo Horizonte pela oitava rodada da Taça Palácio dos Tropeiros, a segunda divisão do campeonato municipal de futebol. O jogo estava marcado para as 15h do último domingo (31), na Arena Lago Country.
A arbitragem atribuiu vitória do Novo Horizonte por WO. De acordo com o relatório do árbitro, o Novo Horizonte aguardava o seu adversário às 15h05 dentro de campo. A equipe do Barcelona entrou em campo às 15h31, 11 minutos acima da tolerância regulamentar de 20 minutos, e por isso o adversário se recusou a disputar a partida. Ainda segundo o relatório, um torcedor do Novo Horizonte invadiu o campo e correu em direção a um assistente, o agredindo verbalmente. O torcedor foi contido pelos jogadores da própria equipe e retirado de campo.
A punição prevista no Regulamento Geral dos Campeonatos Municipais de Futebol (RGCMF) para casos de WO é a exclusão, com rebaixamento automático “para a divisão menor da categoria” -- no caso, a Taça Manchester Paulista (4ª Divisão). A Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida (Sequav), organizadora do campeonato, suspendeu a nona e última rodada da primeira fase, que seria amanhã (7).
As versões dos clubes
O diretor de esporte do Barcelona, Marcelo Bellote, afirma que a equipe foi ameaçada por torcedores do time adversário desde a chegada ao local, e por isso o time aguardou no vestiário até ser chamado pelo árbitro. “Tão logo o árbitro chamou, nós nos dirigimos para o campo e, lá chegando, o pessoal da equipe adversária disse que o Barcelona tinha dado WO, que não iam jogar. Enfim, o árbitro colocou as equipes em campo, fez um minuto de silêncio e assim que ele apitou, a equipe do Novo Horizonte realmente se recusou a jogar”, disse.
O diretor do Barcelona afirmou, também, que as ameaças continuaram na saída da delegação do local. “Logo na segunda-feira de manhã, levamos os fatos ao conhecimento da organização. Se o Barcelona vencesse e a equipe adversária fosse rebaixada, qual seria a segurança para nós sairmos do local sozinhos? Nenhuma. O que a gente pleiteia é que tenha um mínimo de segurança para eventos como esse. A questão do WO jamais existiu. A equipe do Barcelona estava lá, a súmula foi preenchida com o número suficiente de jogadores”, afirma Marcelo.
Essa versão é contestada pelo presidente do Novo Horizonte, Eduardo Messias. Ele refuta a alegação das ameaças e afirma que sua torcida contava apenas com 10 pessoas na hora dos fatos, sendo “seis idosos e quatro mulheres”. “Eles (Barcelona) acharam que o jogo seria às 15h30. Eles entraram às 15h29 porque o juiz foi chamar eles, nós já estávamos dentro do campo há tempos esperando e eles não vinham. Por que eles não vinham? Por que eles não estavam subindo para o campo? Porque eles estavam esperando os jogadores deles chegarem. Eles estavam esperando alguém chegar e esse alguém chegou atrasado, então quando eles subiram para o campo já era muito tarde, 15h29, se eu não me engano. Até eles assinarem já era 15h31, que foi o que o próprio juiz colocou na súmula. Eles erraram sim e têm que pagar pelo erro”, arremata. (Cezar Ribeiro - programa de estágio / Supervisão: Eric Mantuan)