Tricampeão mundial com a seleção brasileira em 1970 e um dos responsáveis pelo histórico título do Corinthians no Paulistão de 1977, pondo fim a uma fila de 23 anos, José Maria Rodrigues Alves, o Zé Maria, de 73 anos, esteve em Sorocaba no último sábado (9), a convite do Grêmio Recreativo Piratininga, formado por empregados da Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL) e com sede na Vila Santana. A entidade já homenageou Pepe, o “Canhão da Vila”, do Santos, e Ademir da Guia, o “Divino”, do Palmeiras, em 2018 e 2019. O ex-jogador deu o pontapé inicial para uma partida dos associados, conversou com fãs e a imprensa, descerrou uma placa em sua homenagem e participou de um almoço.

Com a carreira iniciada na Ferroviária de Botucatu, Zé Maria virou “Super Zé” quando, mesmo sangrando, se negou a ser substituído num jogo pelo Corinthians. “Sou da geração do futebol mais romântico”, disse o craque, ao comparar o seu tempo de atleta com o futebol de hoje. Para ele, a técnica deu lugar à velocidade nos gramados. “No meu tempo, os jogadores novatos, como o Casagrande, chamavam igualmente a responsabilidade do resultado para si, mas hoje o jogador já cresce sonhando ficar um ano na base, e ir para fora, mesmo sem ser profissional”, compara, acrescentando que “antes tinha que ser profissional para aparecer, hoje é um comércio.”

Outra observação é a de que era preciso “ter juízo” e trabalhar entre dez e 15 anos para se garantir um futuro tranquilo, já que a carreira terminava aos 30 anos. Em comparação, ele citou Fred, do Fluminense, que fez sua última partida aos 36 anos de idade.

Para Zé Maria, o título da sua vida é a conquista do Paulista de 1977. Foi de um passe seu que Basílio fez o gol da vitória contra a Ponte Preta em 13 de outubro daquele ano. “Em 1970, eu fazia parte do grupo, mas em 1977 eu era o capitão, e pude erguer a taça”, contrapõe.

Corintiano desde criança, Zé Maria jogou 13 anos pelo Timão, conquistando ainda o Paulistão de 79 e o bi de 1982/83. Em sua última partida, contra o Palmeiras, fez uma volta olímpica, sendo aplaudido de pé pelas duas torcidas. Teve rápida passagem pela Internacional de Limeira em 1984 e encerrou então sua carreira. (Da Redação)