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Sorocaba

Ex-atleta e dirigente de judô fazem visita à FUA

16 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Kally Momesso [email protected]
Ricardo Laurino, José Augusto Marinho Mauad, conselheiro da FUA, e Douglas Vieira.
Ricardo Laurino, José Augusto Marinho Mauad, conselheiro da FUA, e Douglas Vieira. (Crédito: KALLY MOMESSO (14/2/2022))

Vice-campeão de judô nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, o ex-atleta Douglas Vieira visitou a sede da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) na segunda-feira (14) para conhecer a estrutura educacional do Colégio Politécnico. Ele participa de um projeto socioeducacional que visa melhorar a qualidade de vida e de oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade social do município de Iguape, no litoral paulista.

Douglas e o presidente da Associação de Judô de Iguape, Ricardo Laurino, buscam formas de manter a perenidade das atividades assistenciais e ampliar o atendimento à comunidade para além do esporte. Ele começou a colaborar com o projeto quando um ex-aluno passou a dar aulas na cidade. “Eles fundaram a associação em um bairro bem pobre, onde não havia atividade nenhuma para as crianças. Depois de um tempo a Prefeitura não conseguiu mais ajudar. Então, com vários amigos, decidimos dar sequência e manter a associação”, relatou.

O grupo está ampliando a estrutura para que o atendimento vá além do treinamento esportivo. “A ideia é fazer com que essas crianças possam ter o mínimo, não só com o judô. Nós queremos entrar em uma parte educacional e formativa deles, juntar o esporte e educação, e proporcionar para essas crianças uma ‘luz no fim do túnel’ para eles se desenvolverem e tentarem alguma coisa a mais para a vida deles”, informou.

Laurino preside a entidade desde 2017. “Quando a prefeitura parou de apoiar e pagar despesas, ela (a associação) ia fechar. Então eu chamei amigos próximos e propus que cada um desse um pouco de dinheiro: ‘vamos ver o que podemos fazer’. Eu chamei umas 10 pessoas e hoje nós já estamos em 20. A gente tem um galpão alugado muito bom, mas muito simples. Começamos a arrumar a parte elétrica e pagar as dívidas, depois reformamos os tatames, então fizemos algumas mudanças no estatuto, fizemos um projeto da Lei de Incentivo ao Esporte e doamos quimonos, porque as crianças faziam os treinos de roupinha”, rememorou. O objetivo, agora, é fornecer alimentação às crianças que, por muitas vezes, passam fome. Pensando nisso, uma cozinha está sendo construída.

Perenidade

A preocupação da associação é com relação à perenidade dos trabalhos. “A gente veio para Sorocaba para conhecer a FUA por conta do sucesso de organização, para aprendermos e nos aconselharmos sobre o que precisamos fazer para termos uma verba constante, principalmente para recursos humanos. Foi super bom, porque o contato trouxe várias ideias e várias soluções para a gente”, disse Laurino.

Para ele, o judô é uma forma de “oferecer padrões éticos e morais e de sociabilidade para as crianças”. Segundo ele, a expectativa é de que as crianças possam participar da biblioteca, do local de estudos que será criado e do laboratório de informática. “A gente quer dar apoio educacional para que essas crianças possam ter profissões e formações acadêmicas, para que a gente gere mobilidade social que inexiste em Iguape”, concluiu.

Já conforme Douglas Vieira, o esporte agrega na sociabilidade dos jovens. “Você aprende a conviver em grupo, respeitar o espaço do outro, aprende que trabalhando junto você vai conseguir chegar mais longe. Um dos grandes conceitos que a gente leva para esses meninos é que eles se ajudem mutuamente, que eles tenham educação e uma formação adequada. Eu acho que o esporte traz isso bastante, aliado à educação da escola e dos pais. A gente precisa fortalecer esse lado deles e fazer com que eles confiem neles, para eles se desenvolverem e sair dessa vulnerabilidade”, comentou.