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Fórmula 1

FIA ameaça retirar pontos caso haja violação à ética esportiva na F1

10 de Dezembro de 2021 às 00:01
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Verstappen e Hamilton já bateram duas vezes na temporada.
Verstappen e Hamilton já bateram duas vezes na temporada. (Crédito: ANDREJ ISAKOVIC / AFP (12/9/2021))

O alto grau de tensão entre Mercedes e Red Bull, a igualdade em pontos na decisão do título e o “brake-test” (teste de freio) feito pelo holandês Max Verstappen em cima do inglês Lewis Hamilton no último GP da Arábia Saudita, no domingo passado, acenderam o sinal de alerta sobre uma possível batida definir o campeão da temporada 2021 da Fórmula 1.

A direção de prova da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para a categoria, capitaneada pelo australiano Michael Masi, emitiu uma nota ontem (9), às vésperas do início das atividades de pista do GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, em que alerta: qualquer tentativa de influenciar o resultado de uma competição de forma contrária à ética esportiva será punida com suspensão de uma ou mais corridas e até mesmo dedução, ou retirada de pontos, para o campeonato.

A mensagem é um recado claro ao piloto da Red Bull. O holandês chega à decisão do título no circuito de Yas Marina empatado com Hamilton em pontos, com 369,5 para cada. No entanto, Verstappen tem a vantagem no primeiro critério de desempate: o maior número de vitórias (9 a 8). A sua atitude, sobretudo na última corrida, em que não apenas no “brake-test”, mas também em determinadas disputas com Hamilton, em que não cedeu e por pouco não provocou uma batida, fez a FIA se posicionar em tom de ameaça.

A nota da entidade menciona o artigo 12.2.1 do Código Esportivo Internacional, que trata de sanções para “qualquer violação dos princípios de justiça na competição, comportamento de maneira antidesportiva ou tentativa de influenciar o resultado de uma competição de maneira que seja contrária à ética esportiva”.

Masi enfatiza que os comissários esportivos têm liberdade para impor sanções, baseada no regulamento, como suspensão de uma ou mais corridas e retirada de pontos do campeonato para qualquer uma das infrações acima. Ainda segundo o regulamento, em caso de retirada de pontos, estes “não devem ser deduzidos separadamente da competição do Mundial de Pilotos e de Construtores, exceto em circunstâncias excepcionais”. 

Verstappen fala em ‘grande injustiça’

Holandês reafirmou não ter feito nada errado. - ANTONIN VINCENT / POOL / AFP (9/12/2021)
Holandês reafirmou não ter feito nada errado. (crédito: ANTONIN VINCENT / POOL / AFP (9/12/2021))

O holandês Max Verstappen considera que foi vítima de uma grande injustiça pelas punições e, mais que isso, garantiu que foi o inglês da Mercedes que agiu para tirá-lo da pista no circuito urbano de Jeddah. Após a prova no domingo passado, o piloto da Red Bull disse que a reação dele e dos fãs provaram que atualmente fala-se mais em regras e punições do que corridas na Fórmula 1 e ontem (8), em Abu Dabi, afirmou que “claramente as coisas não valem para todos aqui”.

“As coisas que fiz em termos de defesa, dois outros caras também fizeram, e eles sequer foram mencionados ou receberam uma punição. Então não entendo porque achei que estava apenas tendo uma pilotagem mais dura. O que aconteceu, para mim, não merecia punição e claramente as outras duas pessoas que fizeram isso não receberam, claramente sou o único que recebe. Claro, lutando pela ponta, as pessoas são um pouco mais críticas, mas eu não entendo”, disse.

Verstappen banca que não fez nada de errado ao longo da corrida, embora tenha sido obrigado a devolver a posição três vezes por levar vantagem indevida, receber cinco segundos por causar uma saída da pista a Hamilton e mais 10 segundos pelo “brake test” também ao rival. Segundo ele, ao contrário: Hamilton o tirou da pista e ainda encarou enquanto fazia.

“Não acho que eu estava errado, mas, de alguma forma, apenas eu estava errado. Outras pessoas fizeram exatamente a mesma coisa e não foram punidos porque nós dois saímos da pista. Ficamos do lado de fora da linha branca na curva 1. De alguma forma, julgaram que foi culpa minha, algo com que não concordo. A outra punição também, não concordo com ela, depois ele (Hamilton) me empurrou para fora da pista”, afirmou.

“Até olhou para mim e simplesmente não fez a curva, empurrou para fora da linha branca na borda da pista e recebeu somente um aviso. Definitivamente, não é como deveria e não é justo, porque outros pilotos podem fazer coisas diferentes e parece que só eu recebo punição. No fim das contas, as críticas sempre existem, mas, para mim, não foi justo e fui tratado diferente dos outros. Claramente, outros pilotos podem escapar com isso e eu, não. É um problema”, finalizou. 

Hamilton: ‘só mais um campeonato’

Enquanto o inglês tentou fugir de polêmicas em coletiva.  - ANTONIN VINCENT / POOL / AFP (9/12/2021)
Enquanto o inglês tentou fugir de polêmicas em coletiva. (crédito: ANTONIN VINCENT / POOL / AFP (9/12/2021))

Em busca de seu oitavo título mundial na Fórmula 1, o que o fará ser o maior vencedor da história -- ultrapassando o alemão Michael Schumacher --, o inglês Lewis Hamilton está encarando com tranquilidade o final de semana decisivo da temporada 2021 da Fórmula 1.

Colocado lado a lado ontem com o rival e líder Max Verstappen durante a entrevista coletiva, em Yas Marina, ele valorizou o grande trabalho de recuperação da Mercedes ao longo de 2021. O heptacampeão chegou a ficar 21 pontos atrás de Verstappen com quatro corridas restantes no campeonato, mas a sequência de vitórias em São Paulo, Catar e Arábia Saudita igualou a pontuação dos pilotos antes da final (369,5 pontos para cada um).

“Estou apenas aqui para fazer meu trabalho com esta equipe incrível. Nunca pensei que estaríamos aqui, disputando tão próximos, nos recuperamos muito bem. Estivemos em boa posição nas últimas corridas. Vamos seguir com o mesmo foco e não vamos gastar energia em coisas das quais não temos controle”, declarou.

Hamilton foi questionado sobre a pressão por disputar o título na última corrida e tratou de dizer que a situação parece com todos os outros embates que teve. Hamilton não chega na etapa final da Fórmula 1 sem o título garantido desde 2016, quando foi batido pelo alemão Nico Rosberg, então companheiro de equipe.

“Eu não sei (sobre diferenças em disputa). No momento, parece só mais um campeonato. Eu não vejo como um múltiplo, vejo cada ano e cada temporada começando do zero e você luta, é o caçador, está lutando do momento que começa a treinar, do momento em que você está se preparando. Eu não coloco o número 1 no meu carro, coloco o 44 e não me considero o campeão, me considero como quem está brigando pelo título”, seguiu.

Hamilton também quer evitar as polêmicas com os comissários em Abu Dabi. “Penso que aconteceu no passado e tenho certeza que os comissários vão ter precauções desta vez, e acho justo que façam Espero que eles não tenham de usar e tenhamos uma grande corrida, mas não tenho uma opinião sobre isso. Estou aqui para fazer meu trabalho e não quero ver os comissários, assim como eles não querem me ver”, concluiu. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)

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