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Rocky sorocabano

Abner Teixeira conta como foi sua trajetória até o bronze em Tóquio

20 de Agosto de 2021 às 00:01
Marina Bufon [email protected]
Para garantir medalha, peso-pesado teve que vencer três lutas
Para garantir medalha, peso-pesado teve que vencer três lutas "de filme". (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (17/8/2021))

Abner Teixeira, de 24 anos, teve um longo caminho até chegar a Tóquio -- uma vida de lutas, dentro e fora dos ringues. Lá, sua trajetória nos Jogos Olímpicos também não foi nada fácil, com três duelos que cravaram seu destino: uma (merecida) medalha de bronze. Nascido em Osasco, o pugilista peso pesado (até 91kg) se considera também sorocabano, já que treinou durante toda a vida na cidade, e contou como foi seu caminho até subir no pódio em sua primeira Olimpíada disputada.

“Eu sempre me imaginei nas Olimpíadas lutando, mas imaginei que seria mais limpo, usando meu estilo, elegância, um boxe mais técnico, mas, chegando lá, foram três lutas e três brigas. Da estreia até a semifinal foram brigas de Rocky Balboa, toma lá da cá, ninguém nunca me viu lutando desse jeito. Mas acho que esse campeonato foi muito isso: superar as adversidades”, iniciou o pugilista.

“Chegando nos Jogos, a chave também não foi fácil, eram 16 caras e 16 ‘assassinos’, assim, os melhores mesmo da categoria. Não tive vida fácil lá não. Foram três lutas duríssimas e a que eu garanti a medalha foi contra o jordaniano (Hussein Iashaish), que estava vindo de vitória contra o vice-campeão mundial, então ele veio com tudo. Foi uma luta duríssima, parecia filme”, complementou.

Abner também falou sobre seu período de preparação; como a pandemia interferiu diretamente nos seus treinos e também no seu psicológico; a vivência na vila olímpica (e seu encontro com a sorocabana Bia Correa, do vôlei feminino, medalhista de prata); a importância do projeto social sorocabano que o revelou para o boxe e também a relevância da cidade em sua conquista.

“Para chegar até a Olímpiada foi uma luta, foram altos e baixos, derrotas, vitórias, desânimo, dia que queria parar com tudo... Foi uma luta, mas também foi uma vitória, porque eu cheguei. Foi uma surpresa (a pandemia), mas, como sempre, soubemos lidar. No final das contas esse tempo me fez bem e te garanto: se esse mesmo Abner tivesse ido em 2020, teria alcançado o mesmo resultado”, concluiu.

A entrevista na íntegra com o medalhista olímpico Abner Teixeira estará disponível domingo, no Instagram do jornal Cruzeiro do Sul (@jornalcruzeiro).

Pós-Tóquio

O boxeador continuará treinando em Sorocaba até setembro, quando disputará o Campeonato Mundial Militar em Moscou, na Rússia. Na sequência, em outubro, Abner disputará o Mundial em Belgrado, na Sérvia. (Marina Bufon)