A ginástica rítmica brasileira participou dos Jogos Olímpicos de Tóquio, encerrados no último final de semana. Antes disso, do lado “de cá” do mundo, 17 ginastas de 3 a 18 anos do Estúdio Dance Sorocaba subiram ao pódio no International Rhythmic Interclube -- Club Heymo México, no mês passado. Eles receberam 27 medalhas (18 de ouro) na competição que aconteceu de forma on-line por conta da pandemia da Covid-19.

“Foi realmente extraordinário, conseguimos 100% de aproveitamento nesta competição. 17 ginastas participaram e todas conseguiram pódio. Não deixo de enfatizar que, por trás de toda essa alegria, tivemos muito treino, dedicação e amor envolvido”, iniciou Emanuelle Barbara, coreógrafa e assistente técnica do estúdio.

Um total de 29 países participaram da competição, como Japão, França, Alemanha, México e Estados Unidos, com a avaliação de árbitros internacionais. Mesmo treinando de forma remota por conta do coronavírus, as ginastas sorocabanas conseguiram alcançar seus objetivos.

“Tivemos que adaptar tanto recursos tecnológicos quanto o espaço físico do atleta, além de sempre manter a motivação para os treinos. O desafio foi enorme, as aulas ocorreram de forma remota e o apoio dos pais, a força de vontade das atletas e a disponibilidade do professor foram fundamentais para a realização dos treinos”, continuou.

Uma das atletas, inclusive, não tinha como treinar em sua própria casa por conta do piso do local. Um shopping da cidade, localizado ao lado do Terminal Santo Antônio, chegou a emprestar um espaço para que ela realizasse suas atividades pré-competição.

Escola inclusiva

O Estúdio Dance funciona desde 2010 em Sorocaba, localizado no bairro Júlio de Mesquita Filho. Atualmente, são 45 ginastas entre dois e 32 anos, e a modalidade, apesar de ser confundida com ginástica artística, é bem diferente: a ginástica rítmica une elementos de dança clássica, teatro, música e movimentos corporais, junto com aparelhos que são essenciais para a execução dos movimentos (corda, arco, fitas, bola e maças).

Emanuelle Barbara indica que, devido aos destaques nas diversas competições, a procura pela modalidade tem aumentado significativamente em Sorocaba. “Qualquer pessoa pode realizar a modalidade, desde que se identifique com os treinos. Tenho alunas com síndrome de down, autismo, paralisia cerebral, que têm bolsa. Elas todas são a minha vida. Não posso nem dizer que é trabalho, porque me divirto muito”.

Apesar de a modalidade ser mais procurada pelo público feminino, os homens também podem praticar, e os benefícios são muitos a quem pratica esse esporte.

“Como trabalhamos com os movimentos coordenados, a ginástica rítmica desenvolve muito a capacidade de concentração, atenção, equilíbrio e noções de ritmo. Além disso, ela desenvolve a socialização, trabalho em equipe e, acima de tudo, respeito”, finaliza a profissional, que compõe a comissão técnica da escola ao lado da coreógrafa Renata Barbara, a assistente técnica Nivia Barbara e o técnico e educador físico Ricardo Parre.

As atletas medalhistas no International Rhythmic Interclube -- Club Heymo México foram: Yasmin Barreto (3 anos), Emilly de Oliveira (6 anos), Clara Bignardi (6 anos), Isadora Cavallari (8 anos), Amanda Silva (8 anos), Rafaela de Freitas (9 anos ), Lorenna Silva (10 anos), Laryssa Parra (11 anos), Vitoria Franco (11 anos), Ligia Araújo (11 anos), Lavinia Ferraz (12 anos), Giovana Oliveira (12 anos), Amanda Brandão (14 anos), Maria Fernanda Cavallari (14 anos, Thaynara de Sá (14 anos), Luiza Araújo (16 anos) e Tayane de Sá (18 anos). (Marina Bufon)