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Olimpíada de Tóquio

Aos 13 anos, Rayssa Leal faz história e conquista prata em Tóquio

Fadinha não se intimidou com adversárias mais experientes e montou pódio com japonesas de 16 e 13 anos, ouro e bronze, respectivamente

26 de Julho de 2021 às 13:06
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Fadinha comemora medalha de prata no skate feminino nesta madrugada
Fadinha comemora medalha de prata no skate feminino nesta madrugada (Crédito: Jeff PACHOUD / AFP)

Histórico! A skatista Rayssa Leal, de apenas 13 anos e 7 meses de idade, conquistou a medalha de prata no skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio na madrugada desta segunda-feira (26). Com isso, ela se tornou a atleta brasileira mais jovem a ganhar uma medalha. No skate, foi a segunda e do mesmo calibre, já que, no sábado (24), Kevin Hoefler também faturou a prata. No total, agora são três, com uma de bronze no judô, com Daniel Cargnin.

À frente da "Fadinha", o ouro ficou com a japonesa Momiji Nishiya, de 16 anos, e o bronze, com outra atleta da casa, Funa Nakayama, que também tem apenas 13 anos. Rayssa deu show no Ariake Urban Sports Park com manobras espetaculares e não se intimidou diante de adversárias mais experientes.

"Estou muito feliz por poder representar todas as meninas e de realizar meu sonho e ganhar uma medalha. É muito gratificante realizar o meu sonho e o de meus pais", celebrou ela.

Chamaram atenção a calma e o desempenho de Rayssa, que em alguns momentos foi vista dançando relaxada na pista. Bastante inspirada, ela foi derrubando as rivais ao longo das baterias até conquistar o seu lugar no pódio entre duas japonesas.

Leticia Bufoni e Pâmela Rosa, outras brasileiras bem cotadas para brigar por uma vaga no pódio em Tóquio, ficaram pelo caminho e não disputaram a final. Pâmela Rosa, inclusive, revelou que competiu lesionada em Tóquio, com o tornozelo direito muito inchado.

Na final, na sua primeira volta de 45 segundos, Rayssa fez boas manobras. Ela arriscou no fim e acabou caindo. Pela volta, recebeu 2,94 dos juízes. Na segunda, a brasileira, embora tenha cometido pequenos erros, foi ainda melhor e levou 3.13.

Depois, na primeira rodada das cinco manobras únicas, a jovem de 13 anos errou e acabou caindo. Por isso, ficou zerada e essa nota foi descartada. Na segunda tentativa, acertou uma linda manobra no corrimão, mas colocou as mãos no chão para se equilibrar. Ainda assim, recebeu uma boa nota: 3,91.

Rayssa entrou de vez na briga pelo pódio quando recebeu 4.21 ao acertar uma excelente manobra no corrimão em sua terceira tentativa. Naquele momento, a brasileira já tinha quatro notas para compor a pontuação e havia assumido a liderança. Na quarta tentativa, ela encaixou mais uma manobra e ganhou dos juízes 3.39 como nota para substituir um 2.94. Na última, errou e caiu, o que lhe prejudicou na briga pelo ouro. Mas a prata veio e foi motivo de muita festa.

FENÔMENO DO SKATE - A pequena Rayssa, nascida em Imperatriz, no Maranhão, é um verdadeiro fenômeno do esporte. Desde 2018, com apenas 11 anos, já integra a seleção brasileira e é vista como uma das melhores do mundo na categoria street, dona de um talento raro.

A primeira vez que ela subiu em cima de um skate foi aos 6 anos, quando seus pais lhe deram o equipamento de presente. Um ano depois, já estava competindo. O mais impressionante é que ela aprendeu tudo por conta própria, sozinha. A garota assista a vídeos dos seus ídolos no celular e depois ficava repetindo insistentemente as manobras.

Aos 9 anos, Rayssa já não competia mais entre as crianças para disputar campeonatos na categoria geral. Passou, então, a levar uma vida de "adulta", treinando três horas todos os dias. Tanto esforço deu certo e agora a pequena Rayssa Leal é medalhista olímpica.