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Tóquio 2020

Vanderlei torce por medalhas para o País

16 de Julho de 2021 às 00:01
Marina Bufon [email protected]
Ex-maratonista ganhou o bronze em Atenas-2004.
Ex-maratonista ganhou o bronze em Atenas-2004. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (30/6/2021))

A Olimpíada de Tóquio, adiada em um ano por conta da pandemia de Covid-19, terá sua abertura daqui a uma semana, no dia 23. Apesar das dúvidas provocadas pela pandemia do coronavírus, para o medalhista de bronze em Atenas-2004, Vanderlei Cordeiro de Lima, o Brasil tem grandes chances de se destacar nesta edição. Ele esteve em Sorocaba no final do mês passado, no lançamento de um conjunto de torres residenciais, e falou da expectativa para a competição.

“Vai ser uma Olimpíada totalmente diferente, atípica, até porque todos os atletas, independente desta busca pelo resultado, deixaram de vivenciar presencialmente as competições (pré-olímpicas). Eu não sei até que ponto isso vai interferir na busca pelo resultado, mas acredito que o Brasil vai ter uma grande participação, até porque os resultados apresentados até agora, principalmente em se tratando de atletismo, nos coloca em um lugar expressivo, pelo lado de conquista de medalha”, iniciou o ex-maratonista.

Para quem não se lembra, Vanderlei disputou três Jogos Olímpicos: em Atlanta-1996, Sidney-2000 e, por fim, Atenas-2004, onde conquistou sua única medalha olímpica, de terceiro lugar. A história poderia ter sido diferente, já que, na altura do quilômetro 35 da prova, a cerca de sete da linha de chegada, ele foi agredido por um homem, o ex-padre irlandês Cornelius Horan. No momento ele era o primeiro do pelotão e poderia ter conquistado a medalha de ouro.

Atualmente com 51 anos, ele afirma que ficou desnorteado, seja física como mentalmente, mas tentou não se deixar abalar e seguiu em frente, completando a prova e conquistando seu sonho de ser medalhista. Pelo seu espírito esportivo, Vanderlei Cordeiro de Lima foi um dos únicos atletas do mundo a receber a Medalha Pierre de Coubertin, a maior condecoração de cunho humanitário-esportivo concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Polyvios Kossivas, espectador grego que ajudou o brasileiro a se recompor na prova, também foi homenageado, mas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, em 2004.

“Eu acredito que o Brasil tem a possibilidade de fazer sua melhor participação em uma Olimpíada, mesmo diante da pandemia e do momento que estamos vivendo. Todos os atletas, principalmente os que já estavam classificados para Tóquio, não deixaram de treinar, se dedicaram intensamente para estar no seu melhor momento”, opinou Vanderlei.

Há 12 anos ele encerrou sua carreira na corrida, mas “ela não saiu dele”, conforme suas palavras. Atualmente ele reside no Paraná, em uma área reservada e sem muita comunicação, e toca seu instituto, em Campinas, no interior de São Paulo. “Eu tenho uma missão de poder levar o nome do atletismo brasileiro adiante. Não é só conquistar medalha, é preciso deixar um legado, uma referência dentro do esporte, para que outras crianças possam ter a mesma oportunidade que eu tive”, finalizou.

Região terá representantes em Tóquio

O Brasil vai para Tóquio com 310 atletas, a segunda maior delegação da história em uma Olimpíada -- em 2016, por ser sede, o Brasil disputou os Jogos com 465 nomes. Quatro atletas de Sorocaba representarão o Brasil: Abner Teixeira (boxe peso-pesado), Brenno Costa (goleiro da seleção brasileira) e Priscilla Stevaux (ciclismo BMX). Eles conversaram com o jornal Cruzeiro do Sul para o Remix especial sobre o evento, que vai ao ar neste final de semana, no Instagram no jornal. A jogadora de vôlei Bia Correa, nascida na cidade, também estreará nos Jogos neste ano.

Entre as maiores chances de medalhas, estão as seleções masculina e feminina de vôlei, que foram campeã e vice-campeã, respectivamente, na Liga das Nações recentemente; Gabriel Medina, do surfe; Pâmela Rosa e Rayssa Leal, do skate; Beatriz Ferreira, do boxe; Isaquias Queiroz, da canoagem; Ana Marcela Cunha, da maratona aquática; Arthur Zanetti, da ginástica; seleções masculina e feminina de futebol; Robert Scheidt, da vela; e outros.

Falando em surfe e skate, essas foram duas modalidades inseridas nesta Olimpíada. Além delas, também entraram escalada, beisebol e karatê -- a karateca cerquilhense Stephani Trevisan de Lima (categoria sênior até 61kg) foi até Paris, no Pré-Olímpico, em junho, mas acabou não conquistando a vaga. (Marina Bufon)