Copa América
Jogadores da seleção brasileira decidem disputar Copa América no País
Entenda a situação da competição e opinião dos atletas; Mourão fala sobre Tite
A Seleção Brasileira vai disputar a Copa América, mesmo que insatisfeita com a desorganização da Conmebol. Os atletas devem divulgar um manifesto entre hoje (7) e amanhã (8), que deverá ser uma nota simples e curta, em tom de desaprovação com a maneira como a competição foi transferida para o Brasil depois da desistência de Colômbia e Argentina.
No documento, eles querem deixar claro que o posicionamento não é político e que valeria para qualquer país onde o torneio fosse realizado, por isso, estão tentando divulgar o manifesto juntamente com atletas de outras seleções para acentuar o fato.
O torneio, que tem como o atual campeão o próprio Brasil, será disputado no País entre 13 de junho, próximo domingo, e 10 de julho, com decisão marcada para o Maracanã. Ainda não se sabe se todos os jogadores presentes com Tite nos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo vão disputar a competição - nesta terça, a Seleção enfrenta o Paraguai, visando o Catar 2022.
Existe ainda a possibilidade de o elenco fazer alguma manifestação em relação à pandemia no Brasil, usando suas imagens em prol do combate à doença no jogo desta terça, já que o País está perto de registrar 500 mil mortos pela Covid-19.
Entenda o caso
Na semana passada, o presidente afastado da CBF por denúncia de assédio sexual e moral, Rogério Caboclo, acertou com a Conmebol e com o presidente Jair Bolsonaro a realização da Copa América no Brasil. A decisão foi tomada sem consulta ao técnico Tite, ao capitão Casemiro e às principais lideranças da equipe, nem mesmo a outros departamentos da CBF. Anteriormente, a disputa aconteceria na Argentina e na Colômbia, que desistiram de ser sede por conta da pandemia e outros problemas internos.
Os jogadores convocados vão manter a postura contra a realização da disputa no Brasil e da forma como ela foi "empurrada" para eles na concentração das Eliminatórias, mas não vão prejudicar a entidade "seleção brasileira" numa competição internacional. Eles ainda não sabem se vão ficar na Granja Comary, o mais provável, ou se num hotel nas cidades de Brasília, Goiás ou Cuiabá. Também não foram avisados dos traslados das viagem e das rotinas de uma competição com a chancela da Fifa e da Conmebol.
'Cuiabá está precisando de técnico'
Ao chegar ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira (7), o vice-presidente Hamilton Mourão voltou a comentar a realização da Copa América no Brasil. O general demonstrou descontentamento com a postura crítica à celebração do evento no País por parte dos jogadores da seleção brasileira e do técnico Tite.
Sem citar o nome do treinador, Mourão deixou seu recado ao lembrar que o Cuiabá, que demitiu o técnico Alberto Valentim após a rodada de estreia do Campeonato Brasileiro, continua atrás de um comandante.
"O técnico, ele não quer mais, não quer, o Cuiabá está precisando de um técnico, aí, não tá? Então leva lá, sai, pede o boné. Acho que isso é uma discussão, neste momento, totalmente disfuncional", afirmou Mourão.
Grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro têm pedido, por meio das redes sociais, a saída de Tite. Eles sugerem que a vaga deveria ser ocupada por um treinador com pensamentos mais alinhados ao presidente e favorável à celebração da Copa América no Brasil, entre eles Renato Gaúcho, ex-técnico do Grêmio.