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Copa América

Incertezas ainda pairam a um mês do início

19 de Maio de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Brasil venceu a edição 2019 do torneio, a última antes da pandemia.
Brasil venceu a edição 2019 do torneio, a última antes da pandemia. (Crédito: LUCAS FIGUEIREDO / CBF)

Faltando menos de um mês para começar, ainda há muitas dúvidas em relação à Copa América, principalmente por causa dos efeitos da segunda onda da pandemia de Covid-19 na América do Sul e da delicada situação social na Colômbia, uma das sedes do torneio junto com a Argentina.

A Conmebol garante que a ideia original de realizar o torneio pela primeira vez em dois países (Argentina e Colômbia) não será alterada. Também não vê motivos para temer que os clubes europeus, com o fim da temporada, se recusem a liberar seus jogadores sul-americanos. Ninguém pode imaginar uma Copa América sem o argentino Lionel Messi ou o brasileiro Neymar.

O cenário, no entanto, é de muitas incertezas. A Argentina vive seu pior momento de infecções (3,1 milhões no total) e mortes (mais de 68 mil) por Covid-19. A Colômbia sofre uma convulsão social devido aos protestos de rua, com mais de 40 mortos e centenas de feridos. Isso sem contar com a devastação provocada em seu território pelo coronavírus.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, disse que “seria um absurdo não realizar uma Copa América se houver uma Eurocopa, principalmente quando os números epidemiológicos em vários países são semelhantes ou até, em alguns lugares, piores”. Já o presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu que todos sejam “sensatos”, mas garantiu que o país está preparado para receber a competição.

Ele aventou estudar, inclusive, a possibilidade da Argentina ser sede única da competição caso a Colômbia não tenha condições de receber as partidas devido aos protestos da população contra o governo. “Se todos os protocolos forem cumpridos, estamos dispostos a ver a possibilidade de sediarmos sozinhos”, afirmou ontem (18) em uma entrevista à rádio argentina Radio 10.

O que não deve mudar é a ausência de público. Quando a pandemia pareceu diminuir, a Conmebol anunciou seu desejo de ter a presença de torcedores nos estádios, mas as autoridades dos dois países não se pronunciaram definitivamente. Com leitos de terapia intensiva à beira do colapso, o ministro da Saúde de Buenos Aires, Fernán Quirós, advertiu que “grande parte do País com conglomerados urbanos não tem condições de organizar shows com grande audiência”.

No momento, as cidades escolhidas na Argentina são Córdoba, Santiago del Estero, Mendoza e Buenos Aires. Na Colômbia, Barranquilla, Medellín, Cali e Bogotá. O início está marcado para 13 de junho, com o confronto entre Argentina e Chile no Monumental de Buenos Aires, e a final disputada na colombiana Barranquilla, em 10 de julho.

Vacinação

Para a Copa América, a Conmebol dispõe de 50 mil vacinas doadas pelo laboratório chinês Sinovac. Haverá postos de vacinação em Londres, Roma e Madri para atender os sul-americanos que jogam na Europa. Porém, no Brasil, a imunização dos atletas ainda não foi autorizada. No segundo país da América com o maior número de mortes (mais de 425 mil), depois dos Estados Unidos, a vacinação está ocorrendo lentamente.

A seleção brasileira, atual detentora do título do torneio, está no Grupo B, ao lado de Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. No Grupo A estão Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, o maior vencedor da competição, com 15 troféus. (Estadão Conteúdo)