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Na tela do Allianz

24 de Fevereiro de 2021 às 00:01

Na tela do Allianz Público verá Grêmio x Palmeiras em telão; 500 mesas serão espalhadas pelo gramado. Crédito da foto: Fabio Menotti / Ag. Palmeiras (12/2/2020)

O Palmeiras disputa fora de casa o primeiro jogo da final da Copa do Brasil contra o Grêmio, no domingo (28), às 16h. Mas a torcida do Verdão poderá voltar ao Allianz Parque para acompanhar um jogo do seu time. O estádio vai receber até 2 mil pessoas para a transmissão especial do jogo disputado em Porto Alegre. A volta será no domingo seguinte, em São Paulo, sem torcida, às 18h -- o horário foi alterado pela diretoria de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O público estará acomodado em 500 mesas espalhadas pelo gramado, a uma distância de dois metros entre si, para poder ver a decisão de dentro de um estádio e de olho em um telão. Os ingressos custam de R$ 360 a R$ 600, dependendo da localização, e estão à venda pela internet. Cada mesa poderá receber até quatro pessoas da mesma família, que terão de usar máscaras o tempo todo, respeitar o distanciamento social com os torcedores vizinhos e passar por aferição de temperatura na entrada.

Serão disponibilizadas estações com álcool em gel no estádio e o pedido de alimentos e bebidas terá um protocolo específico. O cardápio só será acessado pelo celular. Quem precisar ir ao banheiro deverá ser conduzido por um funcionário da arena até o local, para evitar aglomeração de pessoas nos corredores.

Ao longo da pandemia, a arena realizou também diversos eventos no formato drive-in, como shows e apresentações teatrais. A administração da arena conta com alvarás da Prefeitura de São Paulo para realizar eventos até 2 mil pessoas, dentro das restrições exigidas pelo poder público. O Allianz Parque consultou também o Plano São Paulo, feito pelo governo estadual, que libera a realização de atividades culturais desde que o público não esteja em pé e se sente em locais previamente marcados e com o devido distanciamento social.

Apesar dos cuidados, especialistas afirmam que é difícil considerar o evento 100% seguro, principalmente por causa de possíveis aglomerações. “Se o time fizer gol, essas famílias não vão no vizinho comemorar, se abraçar? Não pode. A distância preconizada (para controle de epidemia) é de pelo menos dois metros de distância. Mas eles vão ficar sentados nas mesas? Não vão se abraçar?”, indaga Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

“Tudo no papel é sempre correto. A questão é como se dará na prática. Eu não recomendo, sem saber o objetivo e conhecer o local físico”, afirma o médico epidemiologista Paulo Lotufo, da USP. O infectologista Marcelo Simão também vê com reservas a realização de um evento desse porte. “Não posso falar se devem ou não realizar ou cancelar um evento desses. Mas na minha opinião existe risco (de contaminação). Apesar dos cuidados, vai haver aglomeração e não vejo muita segurança neste procedimento”. (Ciro Campos e Fábio Hecico - Estadão Contéudo)