Médico da FIA banca retorno da Fórmula 1
A previsão da categoria é começar a temporada de 2020 em julho, na Áustria. Crédito da foto: Mark Sutton / Divulgação F1
Responsável pelo regulamento técnico da Fórmula 1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) garante que o pior momento da pandemia do novo coronavírus já passou e em breve será possível começar a temporada de 2020. O médico da entidade, o francês Gérard Saillant, disse que mesmo se a categoria registrar alguns casos positivos da doença, isso não inviabiliza a realização de corridas.
Em entrevista à emissora inglesa Sky Sports, Saillant afirmou que a categoria não deve passar por novos adiamentos e alterações de calendários. “Se nós tivermos um caso positivo da doença, ou quem sabe até 10, é perfeitamente possível se fazer um ajuste específico para esse problema. Em termos médicos, isso não seria um problema que vai atrapalhar”, afirmou o médico francês.
Saillant se tornou conhecido no mundo esportivo por ter comandado a cirurgia no joelho do atacante Ronaldo Fenômeno em 2000, quando o então jogador da Inter de Milão teve um grave problema de lesão. Em 2018, ele veio ao Brasil para acompanhar a cirurgia feita em Neymar pelo médico da seleção brasileira, Rodrigo Lasmar, em Belo Horizonte. Saillant também já operou estrelas do esporte como o piloto alemão Michael Schumacher.
Agora, o médico se ocupa de avaliar junto com dirigentes da Fórmula 1 a criação de um protocolo de segurança, que inclui a testagem de todos os integrantes das equipes presentes às corridas e a realização de provas sem a presença de público.
A pandemia afetou até o momento nove etapas do Mundial. Entre elas, chegou a cancelar de última hora o GP da Austrália, em Melbourne. “Eu acho que a situação é diferente entre Melbourne e agora, por causa do conhecimento sobre o vírus. É possível prevenir e se antecipar a muitas coisas”, disse o médico. Recentemente, a primeira competição de automobilismo a retomar o calendário foi a Nascar, nos Estados Unidos.
Apesar da confiança, Saillant reconhece que, em caso do plano dar errado e o número de casos aumentar demais após a retomada do calendário, as consequências seriam bem negativas. “Temos que tentar antecipar isso, saber onde está a linha certa além da qual é impossível continuar. Mas acho que não é um problema para nós agora. A situação está melhor”, analisou.
A previsão da Fórmula 1 é começar a temporada em julho, na Áustria, com 15 a 18 corridas. O encerramento pode ser em dezembro, com as provas no Bahrein e nos Emirados Árabes Unidos. (Estadão Conteúdo)