‘Maradoninha’ enfrentou o ídolo na Itália
1986: botafoguense Edson Viera ao lado de Maradona. Crédito da foto: Arquivo Pessoal
Diego Armando Maradona encantou a todos com a sua genialidade para jogar futebol. Na Argentina, é considerado um deus. Entre os maiores jogadores de todos os tempos, marcou gerações apaixonadas pelo esporte mais popular do planeta.
Canhoto e com habilidade extraordinária, o camisa 10 argentino virou referência. Jogadores que se aproximassem de suas característica eram logo chamados pelo seu nome. E foi exatamente isso o que aconteceu com Edson Vieira, hoje técnico do São Bento.
O prestigiado comentarista e ex-técnico da Seleção Brasileira, João Saldanha, foi o responsável por nomear o jovem jogador, que à época vestia as cores do Botafogo do Rio de Janeiro, pelo apelido de Maradoninha.
“Ele me deu esse apelido de ‘Maradoninha’ porque o Maradona estava no auge e todo jogador canhoto com certa habilidade, eles chamavam de Maradona, Maradoninha. Foi o meu caso lá no Botafogo”, contou.
Edson Vieira teve a oportunidade de enfrentar o responsável pelo seu apelido. Em 20 de agosto de 1986, Botafogo e Napoli se enfrentaram em um amistoso, na Itália. O confronto marcava a volta de Maradona ao clube italiano, após a conquista da Copa do Mundo.
“Primeiro jogo depois da consagração do Maradona na Copa do Mundo do México, em 86. O Botafogo fez um amistoso lá na Itália. (Tinha) 92 mil pessoas no Estádio.” E as lembranças da partida vencida pelos napolitanos, por 1 a 0, ainda seguem vivas na memória de Vieira.
“O Maradona estava ali na frente (no túnel de acesso ao campo), praticamente sem pescoço, muito forte. A meia estava rasgada, pois não subia na panturrilha. Os braços curtos, muito fortes. Aí dava para ver porque ele não caia, não conseguiam derrubá-lo!”
Em início de carreira, Edson foi titular do meio de campo do Botafogo naquela partida e viu de perto toda a categoria de Diego Maradona. O técnico do Bentão se recorda de um lance em especial que chamou a sua atenção para o gênio argentino.
“Me lembro que ele deu um passe de cabeça de 30 metros. O zagueiro meteu uma bola longa e ele, do meio-campo, na beirada, conseguiu cabecear e deixar o Carnevale na cara do gol”, narra Vieira. O são-bentista não tem dúvida em afirmar que Maradona foi o melhor jogador que viu jogar.
“Foi algo inesquecível na minha vida. Eu pude jogar contra e pude ver de perto. O melhor que eu vi jogar. Tecnicamente, o melhor de todos que eu vi. Pode falar do Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Ronaldinho Gaúcho, mas o Maradona foi mais completo”, finalizou. (Zeca Cardoso)