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Jéssica Andrade vence Rose Namajunas e conquista o cinturão peso-palha do UFC

12 de Maio de 2019 às 09:43

A lutadora, Jéssica Andrade durante a coletiva pós evento UFC 237, na Arena Jeunesse, Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, neste domingo (12). Crédito da foto: Armando Paiva/Estadão Conteúdo).

A vez do Brasil no UFC é das mulheres e Jéssica Andrade provou isso na noite deste sábado. A brasileira venceu de maneira espetacular a norte-americana Rose Namajunas no UFC 237, realizado na Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca, no Rio, e faturou o cinturão peso-palha (até 52,2kg). Jéssica aplicou seu famoso golpe "bate-estaca" para nocautear a adversária e vencer a luta aos 2min58s do segundo round.

Com o triunfo de Jéssica, o Brasil fica, agora, com três campeãs nas quatro categorias do UFC. Além dela, Amanda Nunes detém os cinturões unificados dos pesos galo e pena. Valentina Shevchenko, do Quirguistão, é a dona do cinturão do peso-mosca.

"Eu voltei muito consciente do que podia fazer no segundo round. Ela veio mais lenta e eu consegui dar o meu bate-estaca. Ainda não tinha conseguido dar", comemorou Jéssica, que dedicou o cinturão ao seu antigo treinador Gilliard Paraná. A lutadora paranaense emendou a quarta vitória seguida e tem 20 triunfos na carreira.

"Esse cinturão aqui é desse cara (Gilliard). Porque sem ele eu não teria chegado aqui hoje. Se não tivesse montado a academia na casa da mãe dele, eu, filha de pedreira, de faxineira, não estaria aqui hoje", afirmou a lutadora enquanto o treinador chorava ao lado dela.

LENDAS CAEM

Apenas Jéssica Andrade venceu entre os brasileiros no card principal. Muitos festejados pelo público no Rio, Anderson Silva e José Aldo perderam suas lutas por nocaute técnico. Silva, que teve como estratégia inicial contra-atacar com chutes fortes, caiu para o norte-americano Jared Cannonier depois de receber um golpe duro em seu joelho ainda no primeiro round.

O Spider gritou alto, tentou ficar em pé, mas não conseguiu e disse, depois de perder, que havia machucado o joelho na preparação para a luta. Aos 44 anos, o ex-campeão do UFC amargou sua sexta derrota em sete lutas e se aproxima de um fim de carreira melancólico, marcado por punições por doping e reveses.

José Aldo até começou bem a sua luta contra Alexander Volkanovski, mas o australiano logo tomou as rédeas. Muito inteligente, neutralizou o brasileiro, desferindo joelhadas e dominou o último round para vencer o combate por pontos e vencer pela 17ª vez seguida, o que o fez pedir para disputar o cinturão do peso-pena.

"José Aldo é uma lenda e é uma honra lutar contra ele. Fico muito feliz de vencê-lo em sua casa. Não tenho nada além de respeito por ele. Já são 17 seguidas. Agora quero uma luta pelo cinturão" pediu Volkanovski no octógono, após a luta.

Nas outras duas lutas do card principal, Thiago Pitbull caiu para o argentino Laureano Staropoli em decisão unânime por pontos, e Bethe Correia, que não bateu o peso para a luta, acabou sendo finalizada pela mexicana Irene Aldana.

Minotauro nocauteado

Principal lutador no card preliminar, a lenda brasileira Rogério Minotouro não teve uma boa performance e foi nocauteado pelo norte-americano Ryan Spann no começo do primeiro round na disputa de peso meio-pesado. Minotouro, aos 43 anos, vinha de vitória sobre Sam Aley.

Os que se deram bem entre os brasileiros no card preliminar foram Thiago Moisés, que bateu o norte-americano Kurt Holobaugh por decisão unânime e Warlley Alves, que superou o também brasileiro Sérgio Soares por nocaute no terceiro round, além de Raoni Barcelos. O peso-galo venceu o peruano Carlos Huachin por nocaute técnico no segundo round. Entre as mulheres, Luand Dread venceu Priscila Pedrita por pontos e Viviane Araújo nocauteou Talita Bernardo aos 48 segundos do terceiro round em sua estreia no UFC.

Em outro combate de nomes importantes do UFC, BJ Penn perdeu para Clay Guida por pontos e acumulou um recorde negativo de oito derrotas. Não vence uma luta desde 2010 e está prestes a se aposentar. (Estadão Conteúdo)