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Futebol está de luto

26 de Novembro de 2020 às 00:01

Futebol está de luto Polêmico e gênio da bola, o argentino transcendeu o universo do futebol e entrou para a história como um dos maiores de todos os tempos. Crédito da foto: Reprodução / Internet

O mundo do futebol está de luto pela morte de Diego Armando Maradona. Um dos maiores jogadores de todos os tempos, o argentino faleceu ontem, aos 60 anos -- completados em 30 de outubro --, devido a uma parada cardiorrespiratória em sua casa, na cidade de Tigre, zona norte da região metropolitana de Buenos Aires. Ídolo em vários países, ele trabalhava como técnico do Gimnasia Y Esgrima de La Plata e lutava contra uma série de problemas de saúde.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, decretou três dias de luto oficial no país, a partir de ontem. O velório será realizado hoje, na Casa Rosada, sede do governo argentino. Minutos após a confirmação da morte do craque, as redes sociais do mundo inteiro foram inundadas por homenagens a ele. Time onde Maradona mais brilhou no futebol europeu, o Napoli mudou a foto dos seus perfis para um escudo na cor preta, em sinal de luto. Além de ídolos de todos os esportes -- de Pelé a Lewis Hamilton --, personalidades como o papa Francisco e o cartunista Maurício de Souza, lamentaram a perda.

Maradona tinha deixado o hospital havia duas semanas após ser internado para tratar de um hematoma no cérebro. Depois disso, o ex-camisa 10 da Argentina foi levado para a sua residência, a fim de terminar a recuperação. A recomendação médica era para que Maradona cuidasse principalmente da dependência química de remédios e de álcool. Seu médico chegou a dizer que ele precisava se cuidar. Maradona não queria fazer o tratamento e tentou deixar o hospital antes do tempo.

O ex-jogador estava em sua casa quando se sentiu mal. Familiares e funcionários chamaram uma ambulância para socorrê-lo, mas ele morreu antes mesmo da chegada do veículo da emergência. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, decretou três dias de luto no país.

Polêmico e gênio

Polêmico e gênio da bola, o argentino transcendeu o universo do futebol e entrou para a história como um dos maiores de todos os tempos e até mesmo pelas polêmicas com Pelé. Passou a infância em Villa Fiorito, na periferia de Buenos Aires. Ali, começou a se destacar por sua habilidade com a bola nos pés. Nesta época, o seu maior ídolo era o brasileiro Roberto Rivellino -- canhoto como ele --, um dos craques da Copa do Mundo do México, em 1970. Quatro copas depois, também no México, foi a vez de Maradona se consolidar como uma estrela do futebol, quando como capitão da seleção argentina levantou a taça de 1986. Foi lá que marcou seus gols mais famosos: o polêmico “mão de Deus” e outro no qual saiu driblando os adversários desde o meio de campo, ambos contra a Inglaterra.

Na Argentina, Maradona despertou devoção e paixões a ponto de alguns fãs criarem a Igreja Maradoniana, cujos fiéis o consideram seu deus. “Gostaria de ver Diego para sempre, driblando por toda a eternidade”, cantou a banda de rock Ratones Paranoicos, em uma das dezenas de canções feitas em homenagem ao camisa 10.

Maradona disputou 676 partidas e marcou 345 gols em 21 anos de carreira, entre seleção e clubes. Ele deu os primeiros passos nas divisões de base do Argentinos Juniors, clube pelo qual estreou na Primeira Divisão aos 15 anos, em 20 de outubro de 1976. Seguiu para o Boca Juniors (1981 - 1982), onde conquistou um campeonato nacional. Transferido para o Barcelona (1982 - 1984), foi contratado em seguida pelo italiano Napoli (1984 - 1991), onde virou ídolo.

Luta contra o vício

Em 17 de março de 1991, seu vício em cocaína custou-lhe a primeira suspensão. Maradona mostrava-se de carne e osso, humano como todos apesar do que fazia em campo. Voltou aos gramados atuando pelo espanhol Sevilla (1992 - 1993) e de lá retornou à Argentina para uma breve passagem pelo Newell’s Old Boys em 1993. Depois da Copa do Mundo de 1994 e da segunda sanção por doping, vestiu mais uma vez a camisa do Boca Juniors, onde deixou os gramados em 25 de outubro de 1997. Numa despedida memorável em 2001, dentro do Estádio La Bombonera lotado, Maradona falou sobre seus vícios. “Errei e paguei, mas o que fiz em campo não se apagou”.

Apesar das repetidas tentativas, Maradona não se livrou completamente do vício e, por isso, esteve à beira da morte mais de uma vez. (Estadão Conteúdo, AFP e Agência Brasil)