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FPF prevê protocolo sanitário para o Paulistão

29 de Maio de 2020 às 00:01

FPF prevê protocolo sanitário para o Paulistão Sede da Federação Paulista de Futebol, em São Paulo. Crédito da foto: Divulgação / FPF

Com duas rodadas para o fim da primeira fase, o Campeonato Paulista será concluído com os times adotando o regime de confinamento enquanto estiverem participando da disputa. É o que prevê o protocolo preparado pela Federação Paulista de Futebol (FPF) e que precisa da aprovação do governo estadual para ser colocado em prática.

De acordo com o protocolo, os elencos dos 16 participantes do Paulistão vão ser testados dois dias antes da retomada dos treinos, que será conjunta, como indicou decisão do Conselho Arbitral do torneio, assim como recente encontro entre os presidentes dos quatro grandes clubes do Estado.

Depois, então, os jogadores, membros da comissão técnica e estafe seriam testados às vésperas do recomeço do Estadual. Na sequência, iniciariam regime de concentração, em hotéis ou em seus próprios centros de treinamento. E o sistema de confinamento seria mantido até o final da competição, também incluindo as equipes de arbitragem.

“Quando a competição iniciar, delegações dos clubes e da arbitragem serão confinadas em centros de treinamento e hotéis até saírem da competição”, afirma o documento da FPF.

Essa possibilidade é vista como viável porque o Paulistão já estava em sua reta final quando precisou ser paralisado por causa do surto do coronavírus. O torneio tem 16 participantes, mas essas equipes só vão entrar em campo mais duas vezes. Depois, com o início do mata-mata, o número de times em campo vai se reduzindo gradualmente, sendo oito clubes nas quartas de final, quatro nas semifinais, fases previstas para serem realizadas em jogos únicos, e dois na decisão, em ida e volta.

O protocolo também prevê a realização dos jogos com portões fechados e com restrição a no máximo 164 pessoas trabalhando no estádio, sendo 38 da delegação de cada equipe. E reforça medidas de prevenção, como o uso de máscaras e disponibilização de itens de limpeza.

Regras

Ainda sem definir quando será a retomada do Paulistão, a FPF avalia decisões sanitárias e orienta os clubes para reduzir as chances de contágio pelo novo coronavírus (Covid-19). Entre as medidas discutidas estão a compra de 3 mil testes para detectar a doença, patenteados pelo Hospital Albert Einstein.

As ideias foram transmitidas aos clubes na noite de anteontem (27). Segundo o médico, os times acataram todas as sugestões de forma unânime. “Não vamos fazer nada arriscado. Estamos nos propondo a fazer algo com controle absoluto”, disse o médico Moisés Cohen, presidente da comissão médica da FPF.

O trabalho da imprensa provavelmente também irá mudar. “Uma possibilidade é permitir a entrada dos repórteres aos poucos na zona mista e nas entrevistas coletivas. Não é recomendado fazer como antes, com muitos jornalistas sentados lado a lado. Terá que ser feito de forma diferenciada. Ou até de forma digital.”

Cohen disse também que os estádios paulistas não voltarão a receber torcedores nesta edição do Estadual. Os portões fechados serão a regra até a definição do campeão.

‘Grandes’ de São Paulo discutem cortes de salários

Em busca de uma estratégia para enfrentar juntos a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, os presidentes dos quatro grandes times de São Paulo voltaram a se reunir por meio de videoconferência. O principal assunto foi a redução dos salários dos jogadores.

Andrés Sanchez, do Corinthians, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, do São Paulo, José Carlos Peres, do Santos, e Maurício Galiotte, do Palmeiras, querem ter um mesmo planejamento para apresentar aos atletas uma forma única de corte dos vencimentos. Esperam, assim, conseguir a aceitação de um desconto para os valores a serem pagos.

Até agora cada clube havia feito sua negociação. Tendo chegado a um acordo com os jogadores, Corinthians e Palmeiras descontaram 25% do salário, enquanto São Paulo e Santos adotaram um corte mesmo sem chegar a um consenso com o elenco. O time do Morumbi retirou 50% dos vencimentos e o da Vila Belmiro, 70%.

Além disso, Andrés tem a necessidade de fechar uma negociação mais rápido, pois acertou a queda salarial no Corinthians apenas para o mês de maio.

Os maiores clubes paulistas pensam da mesma forma quando se fala no retorno dos campeonatos e nos protocolos de saúde a serem implementados nos treinos e nos jogos, quando for autorizado o recomeço das competições. Assim, prometem retomar as atividades juntos. (Felipe Rosa Mendes, Ciro Campos e Wilson Baldini Jr. - Estadão Conteúdo)