Flexibilização em SP será após 10 de maio
Anúncio foi feito ontem pelo governador João Doria. Crédito da foto: Divulgação Governo de SP
Ao anunciar medidas ontem para abertura econômica do Estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que a quarentena em vigor no Estado para retardar a propagação do coronavírus poderá continuar para depois de 10 de maio. O governo ainda divulgou projeção de que o Estado terá 3,2 mil mortes por coronavírus até 3 de maio, quando a doença deverá atingir seu pico. Dessa forma, o número de mortos seria multiplicado por três, dados os atuais 1.093 óbitos.
“Nós esperamos, com a eficiência das nossas terapias, manter um número mais baixo de mortes”, disse o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.
Germann e o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, afirmaram que as medidas para incentivar o isolamento social no Estado têm dado resultado, uma vez que o crescimento de novos casos em São Paulo ocorre em taxas menores do que no Brasil e em outros países.
Germann afirmou ainda que 74% dos leitos de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na Grande São Paulo estão ocupados, mas que há ociosidade maior no interior. No Estado, o índice é de 53%.
Reabertura
O Plano São Paulo, como está sendo chamado, só será detalhado no dia 8. “Os critérios da nova quarentena, daquilo que virá depois do dia 11, serão diferenciados, de acordo com dados científicos apurado em cada região do Estado. Mas até o dia 10, nada muda”, disse o governador, ao pedir paciência à população.
O plano prevê que a abertura vai depender de três critérios: taxa de crescimento do número de pessoas infectadas, capacidade do sistema de saúde de oferecer leitos de internação e número de pessoas testadas. O trabalho vai ser feito de forma colaborativa”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico e Social, Patrícia Ellen, citando integração entre secretarias econômicas e da Saúde.
Os municípios, segundo a secretária, serão segmentados de acordo com a situação de saúde de cada um. Haverá uma definição de nível de risco, entre vermelho, amarelo e verde.
“Para estar na zona verde, precisamos ter baixo número de casos, baixa ocupação de leitos de UTI, testes disponíveis para assintomáticos e suspeitos e protocolos setoriais implementados”, disse a secretária. A área verde teria abertura maior. Patrícia afirmou que, seguindo esses critérios, atualmente São Paulo teria apenas municípios nos níveis vermelho e amarelo.
Testes
O presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, responsável pela rede de laboratórios que está fazendo testes para covid-19, afirmou que a fila de espera para análise de exames, que já chegou a 20 mil amostras, foi zerada neste feriado, com chegada de kits vindos da Coreia do Sul. A promessa é de que, agora, todos os testes sejam feitos em até 48 horas. (Bruno Ribeiro - Estadão Conteúdo)