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Família Fogaça retorna às pistas na boleia do caminhão

12 de Maio de 2019 às 08:53

Fábio e Djalma Fogaça começaram “do zero” uma nova equipe, com um detalhe: o filho é o chefe. Crédito da foto: Erick Pinheiro.

Os pilotos sorocabanos Djalma Fogaça, o “Monstro”, e Fábio Fogaça estão correndo juntos novamente. Após a separação do último ano, pai e filho formaram uma nova equipe para correr a Copa Truck de 2019. A FF Motorsport surge com um recomeço. “Quando acabou a Fórmula Truck em 2016 e começou a Copa Truck, a nossa equipe era pequena. No ano passado era o Fábio e mais um mecânico. Eu corria por outra equipe. Então, estamos retomando”, explica Djalma.

Iniciar um novo projeto não é das tarefas mais fáceis. Conseguir captar patrocinadores é o mais complicado no momento, pois o automobilismo é um esporte de alto custo. “Podemos falar que estamos no caminho para um equipe média por conta dos patrocinadores, mas só vamos conseguir a verba necessária com resultados. É uma transição muito difícil. Tem que ser um passo de cada vez”, detalha o “Monstro”.

A FF Motorsport é uma nova equipe que busca se firmar na Copa Truck. Na média, um time que briga por pódio na competição possui quatro funcionários por caminhão. Hoje, a FF conta com cinco funcionários no total. Até outros membros da família Fogaça se envolvem nas atividades do dia a dia.

Aos 27 anos, Fábio é o chefe de equipe. E com um staff reduzido, cada um exerce mais de uma função. “Em um final de semana teriam que ter três Fábios. Um para ficar no rádio, um piloto e um para trabalhar na parte eletrônica. Na última etapa, eu fiquei até às 6h da manhã na pista e tinha treino às 8h30. Quando fui correr, cometi um erro que não é normal acontecer. Foi falta de concentração por conta do cansaço”, relata.

Djalma tem 56 anos e uma carreira consolidada. Não é uma novidade para eles dividirem as pistas, mas, para o pai, isto pode ter atrapalhado a trajetória do filho. “O Djalma Fogaça correndo com o Fábio foi muito prejudicial para a sua carreira. Mas ele é muito jovem e talvez eu consiga reparar esse erro.”

A visão do jovem piloto é diferente da do pai. Para ele, Djalma não é uma sombra e nem um espelho. “Eu o vejo como um piloto rápido que está do meu lado. É um adversário a mais, apesar de sermos da mesma equipe, que vou querer vencer. Procuro absorver as coisas boas que ele faz” confessa Fábio.

Djalma projeta se aposentar (definitivamente) das pistas ao final da temporada, para focar na gestão da carreira de Fábio, que tem uma opinião bem clara sobre a atual situação da sua trajetória. “A vida no automobilismo é como se fosse uma montanha-russa. Uma hora estamos em cima, depois estamos por baixo. A minha hora ainda não chegou, mas eu trabalho e sei que isso vai acontecer.”

Na atual temporada, duas corridas já foram disputadas -- ainda restam sete -- e a dupla sorocabana ocupa as últimas posições da tabela. Para competir, a FF Motorsport conta com o apoio de Quartzolit, Brasilit, Militec, Valeo, Graxa, Chicalé Tintas, OMP, Roxxor, Transcasa, Rivabren e Rodopiro. (Zeca Cardoso)