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Miau! Telê e Abel

Casal sorocabano batiza gatos com nomes de treinadores de São Paulo e Palmeiras e vive rivalidade do clássico dentro de casa

04 de Outubro de 2025 às 19:12
Cruzeiro do Sul [email protected]
O comprador Adilson Bianchi e a jornalista Débora Marthos com Telê Santana e Abel Ferreira: paixão que extrapola
O comprador Adilson Bianchi e a jornalista Débora Marthos com Telê Santana e Abel Ferreira: paixão que extrapola (Crédito: ALISSON ZANELLA)

São Paulo e Palmeiras se enfrentam hoje (5), às 16h, no Morumbis, em mais um capítulo de uma das maiores rivalidades do futebol nacional. A partida, válida pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, promete agitar as torcidas e alimentar a tradicional disputa entre os dois clubes paulistas. Fora dos estádios, o embate também se reflete de forma curiosa no cotidiano do casal sorocabano Débora Marthos Barros Galvão Bianchi, 31 anos, jornalista, e Adilson Bianchi Júnior, 28, comprador, moradores do Jardim Santa Cecília, zona norte da cidade.

Juntos desde 2016 e casados há dois anos, eles dividem a casa com dois gatos que levam os nomes de Abel Ferreira e Telê Santana — técnicos importantes para o Palmeiras e São Paulo, respectivamente. Embora apenas um deles esteja em atividade, as figuras dos treinadores seguem presentes na rotina do casal por meio dos felinos, batizados em homenagem aos comandantes de suas paixões clubísticas.

Os gatos foram adotados há dois anos em uma feira de adoção. Logo na escolha dos nomes, o futebol entrou em campo. “Foi a minha esposa quem escolheu o nome Abel Ferreira. Quando ela falou isso, eu brinquei: então o outro tem que ser Telê”, conta Adilson, torcedor do São Paulo. A escolha foi aceita e, desde então, a casa passou a ter representantes dos dois lados de uma das maiores rivalidades do País. “Como o Abel é técnico, quisemos dar um nome que combinasse. Telê foi o nome perfeito [também treinador e ídolo do São Paulo]. Foi uma forma divertida de equilibrar as coisas por aqui”, completa a palmeirense Débora.

O nome dos gatos não é aleatório. Abel Ferreira, português e atual técnico do Palmeiras, já conquistou títulos importantes pelo clube desde que chegou em 2020, como duas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana, uma Supercopa do Brasil e três Paulistas. Com postura intensa à beira do campo e declarações que dividem opiniões, é uma figura admirada por grande parte da torcida palmeirense.

Do outro lado, Telê Santana é lembrado com reverência entre são-paulinos. Comandou o time nos anos 1990 e foi o responsável por levar o clube ao seu auge internacional, com a conquista de dois Mundiais e duas Libertadores. Também foi técnico da seleção brasileira nas Copas de 1982 e 1986. Faleceu em 2006, mas seu nome segue presente na memória do torcedor tricolor.

Na casa de Débora e Adilson, os gatos não só carregam os nomes dos treinadores como, segundo eles, têm comportamentos parecidos com os dos homenageados. “O Abel é agitado, às vezes meio bravinho. O Telê é mais tranquilo, sereno. A personalidade deles bate muito com o que a gente vê nos técnicos”, comenta Débora. “Na feira de adoção mesmo já dava para perceber quem era quem”, completa Adilson.

A rivalidade também aparece em dias de jogo. Para evitar problemas, o casal adotou uma logística própria. “Sofá? Que nada! É cada um em um canto. Um fica na sala, o outro vai para o quarto. Já deu muita briga antes, então agora temos esse pacto”, explica Adilson. “Dia de clássico não pode zoar. A gente se respeita, mas é melhor evitar”, reforça Débora, rindo.

Apesar das provocações e da rivalidade declarada, os dois garantem que tudo é tratado com leveza. “No começo a gente se estressava mais, discutia por futebol. Hoje é mais na brincadeira, com limites. O importante é saber quando parar”, diz Adilson.

Sobre uma possível reação dos treinadores reais à homenagem felina, Débora imagina: “O Telê provavelmente só daria aquele sorrisinho discreto, do jeito dele. Já o Abel com certeza ia rir alto e dizer: ‘Esses aí têm personalidade forte, hein?’”

Enquanto o clássico entre São Paulo e Palmeiras se desenha no Morumbis, os “técnicos” Abel e Telê seguem em casa, com suas rações e brinquedos, alheios à tabela do Brasileirão. Mas, como bons representantes de uma das maiores rivalidades do futebol nacional, mantêm viva — mesmo sem saber — a disputa entre os dois lados de uma mesma paixão.

Murilo Aguiar - Programa de estágio

 

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