Esporte amador pede socorro
Situação afeta Magnus Futsal (foto), LSB, Lisoboxe, Judô na Faixa e Sociedade Aquática. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (17/2/2020)
Entidades esportivas de Sorocaba criaram uma comissão para debater com o poder público municipal a volta às atividades e, principalmente, cobrar um posicionamento sobre o repasse do Fundo de Apoio ao Desporto Amador (Fadas), que ainda não foi liberado em 2020.
Em função da pandemia do novo coronavírus, um decreto de calamidade pública foi assinado no dia 21 de março, congelando o edital do Fadas, que havia sido publicado no jornal do Município de Sorocaba -- diário oficial -- em 17 de fevereiro.
Porém, em 19 de dezembro de 2019, o mesmo edital já havia sido veiculado. A publicação do ano passado não estava em conformidade com a lei do Marco Regulatório do Terceiro Setor (13.019/2014) e, por isso, a Controladoria Geral do Município (CGM) o cancelou.
O erro na redação do documento motivou a necessidade de produzir um novo edital, que com a suspensão, atingiu diretamente diferentes modalidades esportivas da cidade, como explicou o presidente do Magnus Futsal, Fellipe Drommond.
“As entidades estão sem nenhum recurso desde janeiro, não receberam um real sequer e, o pior, estão sem qualquer perspectiva. São centenas de famílias, milhares de jovens e trabalhadores sem recursos financeiros e impossibilitados de exercer suas profissões”, afirmou.
Redução de 20%
Não existe uma data para dar prosseguimento ao Fadas, mas um fato certo: haverá corte no repasse. O valor inicial previsto era de R$ 3,18 milhões, para 53 projetos. Agora, o montate será de R$ 2,54 milhões.
“Haverá uma redução de 20% no total do projeto, pois as emendas parlamentares destinadas ao Fadas foram destinadas à Secretaria de Saúde”, confirmou a Secretaria de Esportes e Lazer (Semes).
O impacto, para algumas modalidades, é direto no pagamento mensal aos atletas. É o caso da Liga Sorocabana de Basquete (LSB), que representa a cidade há anos nas competições estaduais, como os Jogos Regionais e os Jogos Abertos.
“É o salário dos jogadores. Impacta em torno de 60% nos valores que a Liga Sorocabana de Basquete (LSB/Flex) tem anualmente”, explicou o presidente e técnico da equipe de basquete masculino, Rinaldo Rodrigues.
Para a Liga Sorocabana de Boxe (Lisoboxe), a verba proveniente do Fadas é para auxiliar na manutenção dos atletas em atividade. Como são amadores, o dinheiro funciona como uma ajuda de custo para os boxeadores.
“Essa verba que chega é para manter os atletas treinando. Seja para comprar alimento, para acessórios e equipamentos. É uma ajuda de custo que nós vamos atribuindo aos atletas. Isso realmente faz falta”, explicou o diretor-técnico da Lisoboxe, Vladimir Godói.
A comissão conta, além dos gestores de Magnus, LSB e Lisoboxe, com Vlamir Ferreira Dias (Associação Desportiva Judô na Faixa) e Kelly Lícia Machado de Sales (Sociedade Esportiva Aquática de Sorocaba). Os membros tratam também do retorno aos treinamentos.
Com os protocolos sanitários próprios criados, as entidades entregaram os documentos à Semes e pediram autorização para voltar às atividades. O procedimento é semelhante ao realizado pelo São Bento, liberado para retornar aos treinos pela Prefeitura no dia 17 de julho.
Fundo capta recursos para programas e eventos
Recursos do Fundo também patrocinam eventos esportivos. Crédito da foto: Divulgação / Prefeitura de Sorocaba
O Fundo de Apoio ao Desporto Amador de Sorocaba (Fadas) foi criado em 1995, com a finalidade de captação e aplicação de recursos nos programas e eventos já existentes e que venham a ser instituídos pela Semes, como diz o artigo 1º da Lei 4.932/95.
Através de um edital de chamamento, os projetos são apresentados em quatro categorias: rendimento esportivo, formação esportiva, esporte na terceira idade e esporte para pessoa com deficiência física.
Os selecionados representam a cidade nas competições organizadas pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo. Para serem aprovados, existem inúmeras contrapartidas, como: prestação de contas, formação e desenvolvimento de atletas, entre outras.
O resultados esportivos de anos anteriores também são levados em conta para a seleção. A fatia maior da verba é destinada ao rendimento esportivo, para instituições que disputam os jogos Regionais e Abertos: R$ 2,73 milhões, a serem divididos entre 46 projetos.
Todos os planos aprovados recebem a verba em duas parcelas semestrais, com a segunda condicionada à prestação de contas parciais e relatório técnico das atividades do primeiro semestre. (Zeca Cardoso)
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