Corinthians não paga salários há três meses
Tiago Nunes e jogadores treinam pouco antes da quarentena. Crédito da foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians
O Corinthians completou o terceiro mês sem pagar os salários do seu elenco na última sexta-feira (5). O atraso coloca o clube em risco de perder atletas gratuitamente caso eles acionem a Justiça, de acordo com a Lei Pelé, que permite a rescisão dos vínculos em caso de inadimplência de ao menos 90 dias.
A assessoria de imprensa do Corinthians confirmou a informação do atraso salarial. E o clube espera quitar parte dos atrasados ainda nesta semana. Para isso, deverão ser usados os recursos obtidos com a venda do meia-atacante Pedrinho ao Benfica.
Recentemente, o clube fechou um acordo com um banco para receber adiantado o valor das quatro parcelas da negociação, assinada por 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 109 milhões, na cotação atual).
A paralisação do Campeonato Paulista, em 16 de março, causou grave efeito financeiro sobre o Corinthians, que deixou de pagar os salários dos atletas pela primeira vez em 5 de abril.
Recentemente, o clube definiu um corte de 25% nos pagamentos do elenco principal. Além disso, cortou os vencimentos dos funcionários em até 70%, aproveitando uma MP do governo federal, que assume o custeio de parte do valor.
Nos últimos meses, o clube sofreu queda nas receitas como direitos de transmissão, programa de sócio-torcedor e patrocínios -- a empresa MajorSports anunciou a rescisão de contrato na semana passada, enquanto outros acordos tiveram o valor pago reduzido ou suspenso durante a pausa das competições pela pandemia do coronavírus.
De acordo com o site Meu Timão, não são apenas os salários que estão atrasados. O clube também tem direitos de imagem em atraso. O balanço financeiro de 2019 apontou que o Corinthians fechou a última temporada devendo R$ 48 milhões aos jogadores. A diretoria alvinegra precisou parcelar até mesmo o pagamento de funcionários do clube, que tem salários bem mais baixos do que os atletas. Além disso, já foi anunciado que haverá demissões para aliviar a folha de pagamentos. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)