Buscar no Cruzeiro

Buscar

Brasil avalia adotar calendário europeu com campeonatos mais curtos

08 de Abril de 2020 às 00:01

Brasil avalia adotar calendário europeu Jair apoia alteração; Luizão diz que não é a hora. Crédito da foto: Reprodução

Com todas as principais competições esportivas paralisadas em razão da pandemia do novo coronavírus e em meio a um cenário cheio de incertezas, algumas mudanças têm sido especuladas no meio do futebol, especialmente depois que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que o momento pode ser propício para uma reforma global da modalidade. O suíço-italiano que comanda a entidade máxima do futebol falou sobre a proposta de campeonatos mais curtos, com menos jogos e equipes, mas com maior interesse e equilíbrio.

No Brasil, dirigentes, treinadores e ex-jogadores divergem quanto à unificação do calendário brasileiro com o europeu, mas todos concordaram que a CBF deve ajudar os clubes e jogadores para aliviar o impacto dessa crise. Eles também avaliaram o momento atual como oportuno para melhorar o futebol nacional.

“É difícil opinar sobre algo que a gente não tem experiência. Temos de levar em conta as nossas peculiaridades, nosso clima, aspectos culturais, férias coletivas. Tem que fazer um estudo mais aprofundado. Prefiro não ficar opinando de forma superficial sobre algo não experimentado”, explicou o diretor executivo do Internacional, Rodrigo Caetano.

Por outro lado, o diretor executivo de futebol do Grêmio, Klauss Câmara, entende que a adaptação do calendário brasileiro ao do que está em vigência na Europa, que começa em agosto e termina em maio, seria positiva para os clubes e jogadores por aqui já neste ano, assim que os torneios forem retomados.

Para o gremista, as principais vantagens de ter datas semelhantes às da Europa no Brasil são a redução do número de jogos, a ampliação do período de pré-temporada e a possibilidade de realizar vendas de jogadores em início da temporada, o que traria, na visão do dirigente, aumento considerável de receita com a permanência de atletas importantes até o final da jornada

Ex-técnico de Botafogo, Santos e Corinthians, Jair Ventura endossa a análise de Klauss. “Não sei o pensamento dos clubes. Mas se o modelo é a Europa, talvez seja melhor repensar e ter essa mudança. Na Argentina já é assim. Quando time brasileiro vai jogar a pré-Libertadores, está com 15 dias de pré-temporada enquanto um time chileno está no meio do ano”, afirmou o técnico, atualmente sem clube.

Milton Cruz, ex-coordenador e ex-treinador do São Paulo, considera que é possível se acostumar sem problema a um novo calendário. O técnico, desempregado no momento, destaca que o atual formato traz prejuízo financeiro aos clubes e atrapalha o desempenho dos jogadores.

Pentacampeão mundial com a seleção brasileira, Luizão apontou para a necessidade de mudanças na estrutura do futebol brasileiro, mas alertou que elas devem acontecer de forma gradativa. “O coronavírus chegou e agora é que vão falar em mudanças? Tem que pensar bem antes para programar, analisou o ex-jogador. (Da Redação com Estadão Conteúdo)