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Aos 33, Filipe Luis e Thiago Silva não querem ser julgados pela idade

04 de Setembro de 2018 às 22:49

 

Para Thiago Silva, a renovação na zaga leva mais tempo naturalmente. Crédito da foto: AFP / Mauro Pimentel

 

O zagueiro Thiago Silva (PSG) e o lateral-esquerdo Filipe Luís (Atlético de Madri) defenderam nesta terça-feira (4) que idade não deve ser um empecilho para um jogador ser convocado para a Copa do Mundo. Thiago completa 34 anos no próximo dia 22, e Filipe fez 33 em agosto. Caso sejam chamados para a Copa do Catar em 2022, eles terão 38 e 37 anos, respectivamente. Até hoje, o mais velho a disputar um Mundial foi o lateral-direito Cafu, que tinha 36 anos na campanha do título mundial de 2002. "Não se deve julgar um jogador pela idade, mas pelo momento dele. Se eu tiver com 37 e for um dos melhores, como o Daniel Alves, por que não?", afirmou Filipe Luís em coletiva após o segundo treino da seleção, realizado na arena Red Bull, em Nova Jersey. A seleção enfrenta os EUA na sexta (7), em Nova Jersey, e El Salvador, na terça (11), em Washington.

"Na seleção têm que estar os melhores e temos que ajudar os meninos que estão chegando agora para que possam ter os melhores do lado para se adaptar. Quero estar com 37, 38, 40 anos jogando, mas só a vida vai dizer", disse o lateral-esquerdo. Ele reconheceu que é difícil fazer planos olhando para quatro ou cinco anos à frente. "Mas os jogadores mudaram muito. Cada vez mais se cuidam e estão preparados para chegar. Quero estar num alto nível e num alto rendimento", afirmou.

Para Thiago Silva, a renovação na zaga leva mais tempo naturalmente. "Na equipe, a parte defensiva é a mais experiente. Você não vê muitos zagueiros jovens atuando num time de ponta", afirmou o capitão da seleção. "No ataque, todo ano tem um jogador novo. Essa reformulação surge mais pelos jogadores de frente, e nós jogadores mais velhos temos que dar o suporte."

Ele lembrou do exemplo do defensor Rafa Márquez, da seleção mexicana, que disputou a Copa da Rússia aos 39 anos. "Enquanto eu tiver motivação e frio na barriga, vou seguir em frente de maneira competitiva", afirmou Silva.

Tanto o zagueiro quanto o lateral-esquerdo se veem em papel de orientação para os novatos convocados por Tite. Silva disse que procura passar os conceitos da comissão técnica para os jovens. "A gente sabe que é uma responsabilidade para esses meninos. A primeira vez que chega aqui não é fácil, tem que ir com calma", afirmou.

Para Filipe Luís, os novatos têm que estar cientes de que não serão convocados se fizerem gol, mas sim pelo momento que estiverem no clube que defendem. "Eles têm que jogar no time, e não fazer a jogada bonita deles. Somos encarregados de fazer com que o grupo jogue unido, mais ou menos nosso papel que tentamos transmitir nos treinos", afirmou.

Silva, por sua vez, destacou a importância do papel do atacante Neymar na seleção. "O Neymar sabe a responsabilidade que tem, mas frisando que foi um cara que fez um sacrifício danado para disputar a Copa. Foram três meses de sacrifício e tratamento", afirmou Silva. "Mas o ritmo de jogo não foi o mesmo. Para um jogador, isso é complicado. Mas temos confiança que ele tem para lutar."

Neste segundo dia de treinos, o técnico Tite pôde contar com o elenco completo. O zagueiro Dedé (Cruzeiro), o meio-campista Lucas Paquetá (Flamengo), Éder Militão e Felipe (ambos do Porto-POR) fizeram um trabalho mais leve, de recuperação muscular. Depois, atacantes e meio-campistas treinaram do lado esquerdo do campo, e a defesa, do lado direito. O treino durou cerca de 1h20.

Tite convocou 24 jogadores para o primeiro amistoso da seleção depois da eliminação na Copa do Mundo. Deles, 11 eram novidades em relação à Copa, como Lucas Paquetá, meio-campista do Flamengo, Everton, atacante do Grêmio, e os zagueiros Dedé e Felipe. Da lista original, Fagner, lateral direito do Corinthians, e Pedro, atacante do Fluminense e um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro, se lesionaram e foram cortados. Fagner foi substituído por Militão. Richarlison, do Everton (ING), foi escolhido para a vaga e Pedro.

O meia Renato Augusto, do chinês Beijing Guoan, pediu para não jogar por problemas particulares. Tite não anunciou ninguém para a vaga dele. Até o final do ano, a seleção deve disputar mais quatro amistosos, ainda sem adversários definidos. (Folhapress/Danielle Brant)

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