Estabelecimentos do setor de educação física estão fechados desde o início da quarentena. Crédito da foto: Freepik.com

Proprietários de academias e atividades similares de Sorocaba realizaram na manhã desta quarta-feira (22) uma reunião, no Ginásio Municipal Dr. Gualberto Moreira, para debater medidas de segurança à saúde para o retorno das práticas nos estabelecimentos da cidade. O encontro foi acompanhado por membros do Poder Legislativo, como o presidente Fernando Dini (MDB) e o vereador Hudson Pessini (MDB), e pelo vice-presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref), Pedro Roberto Pereira de Souza.

Simei Lamarca, ex-secretário de Esportes e Lazer da cidade, intermediou o contato entre os empresários e o poder público. “Conversamos sobre os diversos procedimentos necessários segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Cref e a Associação Brasileira de Academias (Acad) e a possibilidade de implantá-los após a reabertura de academias, box de crossfit, estúdios de pilates e personal, danças, lutas, natação, assessorias esportivas e similares”, falou Simei.

O trâmite para uma possível flexibilização na abertura dos estabelecimentos do setor passará pelas esferas municipal, estadual e privada. Ficou decidido que os empresários do setor farão uma carta que será enviada à prefeita Jaqueline Coutinho (PSL), que será analisada e enviada ao Cref. O órgão regulamentador dos profissionais de educação física entrará em contato com o governo estadual, responsável por fazer um estudo para uma possível retomada das atividades. O documento ainda não está pronto, mas uma nova reunião deve acontecer na tarde de hoje.

Edmilson Soares Pinto, um dos empresários presentes no encontro, afirmou que os prós e contras foram colocados em pauta. Os impactos da reabertura e, também, as consequências de permanecer com o negócio fechado. Ontem mesmo, Edmílson negociou o contrato de aluguel do prédio onde está localizada a sua academia. No setor como um todo, as matrículas dos alunos já caíram por conta da pandemia.

“A educação física faz parte da saúde. Todo mundo está andando nos parques, nas ruas. Acredito que seria melhor ter um lugar mais eficaz para fazer esse trabalho de atividade física, com profissional adequado, do que ficar todo mundo fazendo a sua atividade ao ar livre. Tudo isso foi colocado em pauta”, comentou.

Para Augusto Oliveira Arruda Filho, empresário do setor e também presente na discussão, o exercício físico é um importante instrumento no combate ao vírus. Segundo ele, um indivíduo ativo tem maior imunidade. “Podemos pensar em reabertura desde que sigamos normas importantes para segurança dos nossos alunos. Inclusive, estamos redigindo essas condutas rigorosas para que possamos atender de forma segura. Somos Profissionais da Saúde e temos o dever de proporcionar essa segurança”, enfatizou.

Benefício federal

Cerca de 50 proprietários participaram da reunião. Alex Sandro Del Cistia, que atua no ramo há 20 anos, levantou o tema sobre as academias que registram os profissionais e, assim, poderiam ter acesso aos benefícios do governo federal enquanto estão com as portas fechadas. “Se os proprietários de academias estivessem dentro das normas regulamentadoras, (com) registros em carteira dos funcionários, não estariam com tanta pressa em abrir. Teríamos que esperar mais um pouco, dar andamento ao projeto e aguardar como será o procedimento de controle para a reabertura”, analisou.

“São muitas dúvidas sobre o que é certo, o que é o errado, como todo mundo está vivendo essa pandemia. Muitas dúvidas e questionamentos. Falar que estamos querendo promover saúde para a população, eu discordo um pouco, porque os centros esportivos estão aí e se a pessoa quisesse só atender a população, poderia ir lá, gratuitamente, e dar uma aula para as comunidades carentes. Eu não vejo isso. Gostaria que abrisse mesmo, mas de uma forma muito bem controlada e com segurança para todo mundo”, finalizou Del Cistia. (Zeca Cardoso)