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Responsabilidade e profissionalismo

55 anos de acolhimento, cuidado e apoio

Desde 1966, a Ofebas atende famílias enlutadas e homenageia histórias de vida em suas unidades de Sorocaba e Votorantim

13 de Novembro de 2021 às 19:57
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A atual fachada da Ofebas, com um laço azul em homenagem ao Novembro Azul, mês de conscientização do câncer de próstata.
A atual fachada da Ofebas, com um laço azul em homenagem ao Novembro Azul, mês de conscientização do câncer de próstata. (Crédito: Divulgação)

A Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba (Ofebas) completa 55 anos de história no dia 23 de novembro. Desde 1966, a organização sem fins lucrativos atende famílias enlutadas e homenageia histórias de vida nas unidades de Sorocaba e Votorantim. “A Ofebas se preocupa em acolher a todos e em dar oportunidade para que essas famílias possam continuar a vida delas sem o ente querido que, muitas vezes, era o provedor de renda da casa. Um grande destaque da nossa organização é, portanto, o projeto Continuar a Viver”, diz a gerente da funerária, Patrícia Peixoto.

A Ofebas foi idealizada e criada por 13 instituições fundadoras para oferecer à população serviços funerários dignos e acolhedores aos familiares. Desde o seu surgimento, a organização desenvolve vários trabalhos sociais. Entre eles, conta com um projeto de assessoramento técnico e financeiro às organizações da sociedade civil de Sorocaba e Votorantim, em que auxilia as entidades na profissionalização da sua equipe, além de participar de demais ações sociais e campanhas com outras instituições.

Christiane Moura, assistente social da Ofebas, conta um pouco sobre o trabalho de assessoramento técnico voltado às entidades. “Nós temos um projeto de capacitação que aborda os tipos de serviço que a assistência social oferece. Entre os temas, nós tratamos sobre os deveres e direitos das instituições; explicamos sobre o estatuto; instruímos sobre a gestão de voluntariado, a criação de projetos etc. Ao final, as entidades participantes podem aplicar um projeto. Três instituições são escolhidas pelo Comitê Técnico e recebem um aporte de R$ 5 mil cada para iniciarem o projeto proposto ou então para darem continuidade em um que já esteja sendo desenvolvido”.

Com um departamento de serviço social que realiza análises e orientações na garantia de direito das famílias enlutadas após o falecimento do ente querido, a Ofebas encaminha as famílias, quando necessário, a outros órgãos e às redes de assistência social do município. Além disso, a entidade realiza o atendimento gratuito para famílias comprovadamente em situação de vulnerabilidade social, oferecendo também a orientação de atendimento pós-falecimento.

A assistente social da funerária explica sobre o projeto Continuar a Viver. “Nós fazemos entrevistas socioassistenciais para entender a dinâmica da família. A entrevista serve para que a gente direcione e encaminhe a família para um novo projeto de vida e, assim, possa continuar a viver sem aquele membro que está faltando agora”, esclarece.

O projeto da Praça Luz, inaugurada no último dia de Finados, é mais uma ação que demonstra o quanto a Ofebas se preocupa em proporcionar ambientes que tragam a paz, segundo Patrícia. “No momento de luto, você fica totalmente perdido e se sente vedado naquela situação. Então, como o nome sugere, a questão da luz é você poder levar para a família, naquele momento de dor, um esclarecimento, uma reflexão”, expressa.

O idealizador da praça e diretor financeiro da Ofebas, Oswaldo Helene, conta como surgiu a ideia desse local. Para ele, faltava um espaço diferente e acolhedor. “Eu pensei em uma praça para familiares e amigos conversarem. O legal é que as árvores já estavam no local e nós ainda plantamos duas árvores frutíferas e outras plantas na praça”. Ele ainda ressalta que o nome Praça Luz é simbólico e que os seres humanos precisam de muita luz para seguirem a vida.

Sensibilidade que faz a diferença

Entre os milhares de atendidos pela Ofebas, Tais Cristina Pereira Piçarro, de 25 anos, conheceu de perto a dor da perda, mas também a importância do acolhimento. Taís e a irmã, de 15 anos, precisaram lidar com a morte de dois irmãos, sendo um em junho e outro em julho deste ano.

“Fui bem recebida e me ajudaram de uma forma extraordinária. Consegui receber o apoio que eu precisava”, relembra Tais. Ela ainda disse à reportagem que a irmã adolescente recebeu todo apoio psicológico oferecido pela funerária.

Propósito para trabalhar com vidas

Colaboradores que trabalham na instituição também relatam a sensação de pertencimento e orgulho de fazer parte da história da Ofebas. Além disso, os funcionários comentam sobre os aprendizados adquiridos trabalhando em uma funerária.

De acordo com a assistente social Christiane, a experiência na funerária trouxe maior dose de sensibilidade. “Aqui, a gente cuida de vidas; cuida de quem ficou”. Para a profissional, uma pessoa só parte quando ninguém mais fala dela. “A pessoa não é só um corpo físico; ela é uma memória, uma história, um cheiro”.

A ex-assistente social da Ofebas Dayane Scatolin Ferreira recorda os três anos em que participou da história da funerária. “Quando cheguei à Ofebas, não imaginava a grandiosidade do trabalho, mas já de início me apaixonei pela causa. Meu período na Ofebas foi desafiador e, ao mesmo tempo, transformador. A Ofebas é uma família; todos os colaboradores trabalhavam de forma tão dedicada para que, ao final de cada atendimento, pudéssemos ter essa sensação de dever cumprido”, revive.

Dayane ainda afirma que a funerária trabalha com o “pior momento da vida de alguém, no qual a fragilidade da vida causa muita dor e sofrimento, mas a Ofebas consegue amenizar um pouco essa dor por conta do atendimento psicossocial. Meu sentimento pela Ofebas é de muita gratidão, pois nesses três anos eu me desenvolvi e cresci como profissional, mas também posso garantir que a minha maior transformação foi como ser humano. A sensação de plenitude no final de cada atendimento com toda certeza me transformou em uma pessoa melhor a cada dia”.

Os diretores e conselheiros da Ofebas não recebem nenhuma forma de remuneração ou benefício decorrente de suas atividades, sendo este trabalho realizado de forma voluntária e inteiramente gratuita. Conforme o atual Presidente da Diretoria Executiva da Ofebas, Agostinho Moreira de Pinho, trabalhar na funerária é uma “grande responsabilidade, mas algo muito prazeroso. O que a gente faz pelas entidades é uma coisa muito bacana. É gratificante e a gente aprende muito aqui”, conclui.

Paulo Antônio Simões, atual Vice-Presidente da Diretoria Executiva da Ofebas, relembra a antiga estrutura da organização e elogia os projetos sociais em que a funerária está engajada. “Houve uma grande mudança na atual estrutura. Hoje, as pessoas que vêm aqui podem ver um ambiente claro e moderno”, pontua. “As pessoas se profissionalizaram aqui dentro da Ofebas. O nosso grande diferencial é sermos envolvidos com a parte social, e queremos crescer para ajudar cada vez mais pessoas”.

Fazer parte dos associados é contribuir para que Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba possa manter essas ações sociais acontecendo. “Por meio do plano de assistência familiar e funerária, você também está fazendo a sua parte nas ações sociais. Além disso, o plano é de assistência em vida, porque ele tem uma rede credenciada de parceiros muito grande, em que a gente consegue assistir às pessoas antes delas precisarem da assistência funerária”, afirma a gerente Patrícia Peixoto.

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