Transporte público
Elevador em ônibus ainda é obstáculo para pessoas com deficiência
Usuários reclamam de panes no equipamento em diversas linhas que circulam em Sorocaba
Um vídeo divulgado nas redes sociais, três dias atrás, mostrava uma mulher em uma cadeira de rodas, protestando no Terminal Santo Antônio, em Sorocaba. O elevador do ônibus não funcionou e, devido à demora para solucionar o problema, ela ficou em frente ao veículo para impedir a saída. Situações como essa não acontecem somente com a mulher do vídeo.
A aposentada Sandra de Paula, de 66 anos, conta que é deficiente física há 30 anos e depende do transporte público para tudo no seu dia a dia. Ela diz que, às vezes, o elevador não funciona nas linhas do Vitória Régia e do Mineirão. Apesar da dificuldade para embarcar pelo problema do elevador em algumas linhas, a aposentada elogia o transporte público. “Não é toda vez que o elevador funciona. Fora isso, não tenho o que reclamar do transporte de Sorocaba. Os motoristas e agentes de bordo são fantásticos e o transporte melhorou muito. Em outros tempos precisei subir a escada do ônibus sentada, me arrastando”, disse.
O autônomo Cesar Leandro Ribeiro, de 43 anos, também é deficiente físico e comenta que já aconteceu de precisar embarcar e o elevador não funcionar. Ele usa as linhas Nova Ipanema, Carandá e Santa Rosália. Quando o elevador não funciona, ele espera outro ônibus. Mesmo com esse problema, ressalta que utiliza o transporte público todos os dias. “O transporte de Sorocaba funciona”. Outra munícipe também reclama da linha do Carandá: “Acontece muito do elevador não funcionar, principalmente nas linhas do Carandá e Mato Dentro, e sou obrigada a esperar outro ônibus. Precisa fazer manutenção”, opina a dona de casa Vanda da Silva, de 51 anos, que estava acompanhada do filho com deficiência.
Há quem discorde que o transporte público esteja bom, como a autônoma Ivani Aparecida Santos, de 51 anos. Ela estava acompanhando a mãe, que passou a depender da cadeira de rodas após sofrer um AVC e perder os movimentos. Ivani afirma que, antigamente, o transporte público era melhor: “Agora está piorando”.
Ivani comenta que foram várias as vezes que o elevador não funcionou: “Pego o ônibus com a minha mãe três vezes por semana para ir em consultas. Quando é aqui, no Terminal Santo Antônio, nós reclamamos e eles chamam outro ônibus, mas quando é do bairro para o terminal, muitas vezes preciso ficar esperando 30 minutos até chegar o próximo ônibus”, conta. Conforme a autônoma, os problemas no equipamento acontecem nas linhas do Nova Esperança, Novo Mundo, Esmeralda e Vila Angélica.
Para ela, situações como essa deixam o munícipe constrangido. “Minha mãe tem 74 anos. É um constrangimento que passamos. Enquanto o motorista tenta subir o elevador, tem passageiro que fica reclamando. Sem falar no atraso para os compromissos. Já reclamei e espero que façam alguma coisa”.
A reportagem acompanhou o embarque de todos os entrevistados e, com todos, o elevador funcionou. Questionada, a Urbes informou que todos os ônibus em operação no transporte coletivo urbano de Sorocaba contam com embarque de pessoas com deficiência. Segundo a autarquia, o equipamento passa por revisão e teste de funcionamento todos os dias antes de entrar em operação e toda madrugada, previamente ao início das atividades de cada veículo.
“Os casos pontuais são retirados de circulação de imediato, para manutenção, e só retornam após nova vistoria, uma vez que o regulamento do transporte não permite a operação de veículo com falha em rampa. Dessa forma, a Urbes já notificou as empresas operadoras para que, novamente, verifiquem os ônibus das linhas que atendem ao Campolim e providenciem quaisquer eventuais reparos ou melhorias necessárias”, conclui a nota.