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Eleição já rendeu R$ 12 milhões ao Facebook

25 de Outubro de 2020 às 00:01

Eleição já rendeu R$ 12 milhões ao Facebook Crédito da foto: Pxhere

Seja em repasses diretos ou por meio de subcontratadas, o Facebook foi a empresa que mais faturou com as eleições municipais nestas três primeiras semanas de campanha, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até sexta (23), 5.096 candidatos de todo o País haviam declarado gasto de R$ 12,8 milhões com impulsionamento de propaganda na internet para a rede social norte-americana.

O Facebook faturou, diretamente, R$ 3,3 milhões, segundo os dados do TSE. Mas parte das candidaturas está declarando os gastos como repasses às empresas DLocal (R$ 6,1 milhões) e Adyen (3,5 milhões), companhias de pagamento eletrônico com sede na Ilha de Malta e na Holanda, respectivamente, usadas pela rede social para receber as faturas. Parte dos recursos vem do fundo eleitoral.

No topo da lista está o candidato à prefeitura de Fortaleza José Sarto (PDT), com gasto de R$ 420 mil. Em São Paulo, a maior declaração de gasto é de Bruno Covas (PSDB). O tucano declarou à Justiça Eleitoral gasto de R$ 200 mil para que a rede social exibisse suas mensagens para mais pessoas.

O Facebook permite que anunciantes modulem os anúncios que querem espalhar para grupos específicos. É possível escolher se o objetivo é que mais homens ou mais mulheres vejam a mensagem, de qual faixa etária específica, ou de determinados gostos. Um usuário da rede que, por exemplo, passa mais tempo vendo fotos de cães e curte páginas de proteção ao animal é mais propenso a receber anúncios de pessoas que escolheram atingir amantes de cachorros.

Essa possibilidade de direcionamento de mensagens específicas para certos públicos está no centro das denúncias de manipulação eleitoral em outros países desde 2015 por meio da rede social. Nestas eleições, a rede tem uma página onde algumas informações sobre os anúncios são divulgadas. Não é possível ver quem a página anunciante queria atingir, mas é possível verificar, em cada anúncio, qual é o perfil do público mais atingido.

O cientista político Cleyton Monte, do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídias (Lepem) da Universidade Federal do Ceará, disse que a minirreforma eleitoral permite esses impulsionamentos. Uma das vantagens desse modelo, afirmou, é que o candidato chega a mais pessoas “se tiver uma campanha com mensagem clara, com proposta de marketing coerente”. (Bruno Ribeiro. Colaborou Lôrrane Mendonça - Estadão Conteúdo)

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