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Varejo vê retração de 20% de temporários neste final de ano

22 de Outubro de 2020 às 00:01

Varejo vê retração de 20% de temporários neste final de ano Setor de vestuário e calçados deve abrir 30 mil vagas. Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (31/7/2020)

O comércio varejista deve contratar quase 20% menos trabalhadores temporários neste Natal em relação à mesma data de 2019, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade estima que 70,7 mil trabalhadores temporários serão admitidos neste fim de ano, ante um total de 88 mil postos temporários criados no ano passado. A geração de vagas será a menor em cinco anos.

Principal data comemorativa do varejo, o Natal deve movimentar R$ 37,5 bilhões em vendas em 2020, aponta a CNC, o que vai representar um avanço de 2,2%. “Do ponto de vista da reativação do consumo, a segunda metade deste ano tende a favorecer as vendas e, consequentemente, as contratações voltadas para as datas comemorativas do semestre. Neste ano, apesar da inflação baixa e dos juros básicos no piso histórico, o comportamento das vendas seguirá ditado pelo ritmo de regeneração do mercado de trabalho, pela evolução das vendas on-line e por medidas voltadas para mitigar os efeitos da recessão como, por exemplo, o auxílio emergencial”, escreveu o economista Fabio Bentes, da CNC.

O setor de vestuário e calçados deve abrir 30,7 mil vagas para o Natal, o que corresponde a pouco mais da metade dos 59,2 mil postos criados no ano passado. As lojas de artigos de uso pessoal e doméstico devem gerar outros 13,7 mil empregos temporários, enquanto hipermercados e supermercados vão abrir mais 13,4 mil vagas. Os três segmentos devem responder por cerca de 82% das vagas oferecidas pelo varejo no período.

Todas as unidades da federação devem criar menos oportunidades de empregos temporários do que em 2019. Segundo a CNC, os Estados com melhor desempenho deverão ser São Paulo (17,90 mil), Minas Gerais (8,33 mil), Rio de Janeiro (6,92 mil) e Rio Grande do Sul (6,02 mil), responsáveis juntos por mais da metade (55%) das oportunidades de emprego.

O salário médio de admissão deve alcançar R$ 1.319, 4,6% a mais que o da mesma época do ano anterior, em termos nominais, ou seja, sem descontar a inflação do período. O maior salário de admissão deve ser pago pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.618), seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.602).

Comércio eletrônico

“O avanço significativo do varejo eletrônico deverá, no entanto, reduzir a quantidade de vagas voltadas para o consumo presencial, em especial o número de vendedores ante 2019 (-25%)”, ressaltou Bentes, no relatório. (Daniela Amorim - Estadão Conteúdo)