Tráfego marítimo volta ao normal no Canal de Suez
Navio Ever Given havia bloqueado passagem no final de março. Crédito da foto: Tarek Wajeh (30/3/2021)
Autoridade do Canal de Suez informou neste sábado (3) a que conseguiu normalizar o tráfego no local, eliminando o congestionamento que havia se formado nos últimos dias, devido ao acidente com o navio Ever Given, que bloqueou o acesso a uma das principais hidrovias do complexo.
Segundo a autoridade, desde que o cargueiro encalhou, em 23 de março, mais de 400 embarcações estavam esperando nas extremidades norte e sul da hidrovia de 120 milhas (cerca de 193 quilômetros). Agora, com a liberação desses navios, o canal retomou seu ritmo normal de operação.
O acidente provocou a paralisação da hidrovia e trouxe dificuldades para as linhas de abastecimento global nos últimos 12 dias. A liberação do Ever Given aconteceu apenas em 29 de março, quando a maré alta ajudou a soltar o navio.
A autoridade local disse que 85 embarcações cruzaram a infraestrutura neste sábado (3), quase o dobro da média entre 40 e 50 navios diários.
Para ajudar a dispersar o acúmulo, os navios passaram mais rápido pelo canal. De acordo com a Autoridade do Canal de Suez, a velocidade máxima permitida é entre 7,6 e 8,6 nós, mas o site de rastreamento de navios Marine Traffic mostrou que muitos dos navios estavam viajando em torno de 8 e 10 nós nos últimos dias.
Inaugurado em 1869, o Canal de Suez conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho e facilita o comércio entre a Europa e a Ásia. A hidrovia transporta até 13% do comércio marítimo global e 10% dos embarques de petróleo por via marítima. Cerca de US$ 400 milhões em carga normalmente fluem pelo canal a cada hora, de acordo com a empresa de análise de dados dos Estados Unidos, Dun & Bradstreet.
Algumas embarcações que esperavam para passar pelo canal já haviam desistido e começado a rota mais longa para a Europa em torno do Cabo da Boa Esperança, no sul da África.
O foco agora se voltará para uma investigação sobre como o Ever Given aterrou. Os investigadores ainda estão determinando exatamente o que aconteceu, dizendo que uma forte tempestade e ventos fortes podem ter sido um fator. (Estadão Conteúdo)