A partir de setembro estarão liberados saques parciais do fundo de até R$ 500. Crédito da foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Arquivo Agência Brasil (18/2/2017)

Apesar da divulgação na mídia, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o novo sistema de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). E as dúvidas nascem de notícias nos meios de comunicação, conversas entre pessoas e também nas redes sociais. “Vi um boato na internet que se eu sacar vai interferir na minha aposentadoria, é verdade?”, indaga, por exemplo, o funcionário público Robert Silva de Paula, de 24 anos.

Em contrapartida, a promotora de vendas Rauane Andressa da Silva, 25, não tem dúvidas. Ela acionou o aplicativo da Caixa Econômica Federal, consultou o seu saldo do FGTS e sabe que vai poder efetuar o saque até 27 de setembro. Pretende transferir o valor para a sua conta. “Se eu não tirar, o valor fica no FGTS”, diz.

Outra situação é a de Ariovaldo de Oliveira Machado, 53, que está desempregado há um ano e sacou todo o saldo do FGTS quando se desligou do último emprego. Mesmo assim, não deixa de ouvir falar no assunto. “Mas está bom, fazer o quê?”, ele comenta.

A partir de setembro, estarão liberados pelo governo saques parciais do FGTS, de até R$ 500. No ano que vem haverá outra modalidade, o saque-aniversário. opcional para o trabalhador e que permite sacar todo ano uma parte do FGTS.

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A intenção de liberar parte do dinheiro do FGTS é movimentar a economia, principalmente no comércio. A Associação Comercial de Sorocaba (Acso) divulgou orientações e dicas que podem ajudar as pessoas a tomar decisões sobre o saque ou não do FGTS.

Regras

Os trabalhadores poderão sacar até R$ 500 de cada conta que possuírem no FGTS, ativa ou inativa, do emprego atual ou dos anteriores. Para quem tiver conta poupança na Caixa, o depósito será feito automaticamente a partir do dia 13 de setembro. Os correntistas que não quiserem sacar os valores deverão informar pessoalmente ao banco ou no site da Caixa Econômica Federal.

Já os saques para quem não é correntista, começarão a ser liberados a partir do dia 18 de setembro e irão até março de 2020. Em relação ao saque-aniversário, a partir do próximo ano os trabalhadores poderão fazer saques anuais de suas contas no FGTS. Quem quiser fazer esses saques, deverá comunicar à Caixa a partir de outubro de 2019. No entanto, não poderá fazer o saque total da conta em caso de demissão.

Em 2020, os saques para os aniversariantes do primeiro semestre terão o seguinte cronograma: nascidos em janeiro e fevereiro serão no período de abril a junho de 2020; nascidos em março e abril -- no período de maio a julho de 2020; nascidos em maio e junho - de junho a agosto de 2020.

Economista esclarece se vale a pena ou não sacar o dinheiro

Muitos gente pergunta se vale a pena sacar o saldo do FTGS dentro das regras anunciadas pelo governo federal. A economista da Associação Comercial de Sorocaba (Acso)/Esamc Jr., Carla Giuliani, dá as seguintes dicas:

O que é o FGTS?

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966 e vigente a partir de 1º de janeiro de 1967, para proteger o trabalhador demitido sem justa causa.

Quais as ocasiões em que o empregado pode sacar de maneira integral o FGTS?

Em situações de demissão, compra de imóvel, aposentadoria, doença grave, se a residência do funcionário estiver em lugar de calamidade pública, quando o empregado chega aos 70 anos, portador de HIV e algumas outras situações.

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Devo sacar ou não os R$ 500 do FGTS?

É necessário entender que o empregado que tiver esse valor em sua conta deve sacar no caso de necessidade, para um pagamento de dívidas, por exemplo. Lembrando que “dinheiro na mão é vendaval”, tenha foco no que é realmente importante. Em resumo, o ideal é não sacar, pois por ser um tipo de poupança, é necessário tomar muito cuidado na sua utilização e só sacar se houver extrema necessidade.

Estou perdendo dinheiro deixando os R$ 500 no FGTS?

Quem fizer o saque não perde saldo em caso de demissão. A Caixa Econômica Federal esclarece que fazer o saque de até R$ 500 do FGTS não prejudica o direito do trabalhador ao saque-rescisão, liberado em caso de demissão sem justa causa.

Afinal, saco ou não?

Só em última situação, se não, deixe lá para futuras necessidades. (Carlos Araújo)