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Tecnologia ajuda a manter mercado da construção civil ativo na pandemia

10 de Maio de 2020 às 09:59

Para dar continuidade aos projetos, construtoras adotaram uma série de medidas nos canteiros. Crédito da foto: Fábio Rogério (4/5/2020)

A pandemia do novo coronavírus fez com as construtoras de Sorocaba antecipassem a implantação de plataformas digitais para vendas de imóveis pela internet. A prática, pouco comum até então, tem ajudado a amenizar as perdas com os fechamentos dos atraentes e sempre muito visitados estandes decorados.

Gerente comercial da Construtora Silva Campos, Gália Martinez Andreazza, reconhece que, no que se refere à venda de imóveis, culturalmente, o comprador brasileiro tem, por hábito, visitar os plantões, falar pessoalmente com os corretores, negociar bastante e, principalmente, conhecer as unidades habitacionais prontas ou decoradas.

No entanto, diante das recomendações de isolamento social, a empresa precisou lançar mão de todas as formas de comunicação digital disponíveis para continuar divulgando e vendendo seus produtos.

“Os meios digitais, sem dúvida, foram os grandes aliados de todos os segmentos de mercado em meio à pandemia”, considera Gália, destacando que em um mercado tão competitivo, sua equipe de vendas precisou se qualificar rapidamente para poder convidar os potenciais clientes a fazerem as visitas virtuais.

Ricardo Guimarães, diretor-presidente da Construtora Planeta revela que, para contornar o atual momento, que qualifica como delicado, a empresa realizou “vultosos investimentos em soluções remotas e tecnologia para que suas

operações se mantenham sólidas”.

Entre os diferenciais, ele menciona um tour virtual de 360 graus em todos os apartamentos decorados do portfólio. O objetivo da ação é que, mesmo durante o período e isolamento social, o cliente não espere para dar continuidade aos seus investimentos.

O tour virtual pode ser acessado por meio do site da construtora e o cliente tem a opção de receber atendimento exclusivo para esclarecimento de dúvidas e solicitações de informações por meio de plataformas virtuais como Zoom, Skype e Google Hangouts.

Na mesma linha, o diretor comercial da Magnum Construtora, Carlos Eduardo Puerta Pirani, destaca que todas as sete obras em andamento, além de outras já prontas para morar, podem ser “visitadas” em tour virtual no site da empresa.

Além disso, a equipe da LGP, incorporadora parceira, realiza atendimentos via WhatsApp, chat em tempo

real no site da construtora Magnum e, claro, o bom e velho telefone.

Obras residenciais, industriais e comerciais não pararam. Crédito da foto: Fábio Rogério (4/5/2020)

Obras não param

A construção civil foi uma das poucas atividades que não foram paralisadas por força de um decreto estadual para conter a proliferação do novo coronavírus. Para dar continuidade aos projetos e cumprir o cronograma de lançamentos, o setor precisou adotar uma série de medidas em seus canteiros de obras para garantir a saúde de seus funcionários.

De acordo com o presidente do Serviço Social da Construção (Seconci), Haruo Ishikawa, a principal diretriz da entidade é “prevencionista” e orienta as empresas do setor a tomar medidas para evitar aglomerações como a organização de turnos de entrada, refeições e saída.

Ishikawa destaca que a entidade também lançou o programa “SOS SeconciSP - Obra com Saúde”, que disponibiliza a contratação de auxiliares de enfermagem para aferirem a temperatura corpórea, que percorrerem a obra orientando constantemente os trabalhadores e entrando em contato com os médicos da entidade quando necessário.

“Se ele estiver com febre, é orientado a procurar o próprio Seconci-SP ou um posto de saúde”, além da distribuição de álcool gel 70%, sabão e máscaras.

A entidade representa 50 mil empresas no Estado de São Paulo, sendo 9.500 em Sorocaba, conforme os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados em dezembro do ano passado.

A pandemia do novo coronavírus deve frear as projeções de crescimento da construção civil brasileira para este ano. A construção representa 4% do PIB.

Segundo Ishikawa, a projeção de crescimento de 3% em comparação com o ano passado tinha como base na expansão os segmentos de edificação de obras residenciais, industriais e comerciais privadas; de obras de infraestrutura e o de autoconstrução e reformas.

“Previa-se que, mais uma vez, devido à elevação do consumo das famílias, este último setor “puxaria o crescimento, seguido dos outros dois”.

Hoje, segundo ele, a grande maioria das obras formais privadas e de infraestrutura prossegue, por não ter sido incluída nas diversas quarentenas, porém o segmento de autoconstrução e reformas está parado e só deve retomar mais adiante, de forma lenta.

“Portanto, a previsão de crescimento global de 3% não está mantida, e por enquanto estimamos uma queda de 1%”.

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