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Sorocaba tem 2º mês de queda no emprego

21 de Julho de 2018 às 11:54

Regina Helena Santos - [email protected]

Sorocaba fechou o segundo mês consecutivo com queda no nível de emprego. Em junho, a cidade perdeu 676 postos de trabalho, resultado de 5.318 contratações e 5.994 demissões. O número é mais que o triplo de vagas fechadas em maio, que foi de 176. O setor de serviços, que vinha criando empregos, também registrou desempenho negativo.

O município havia registrado quatro meses de saldo positivo nos empregos antes de maio, o que faz com que o acumulado do ano se mantenha com mais contratações do que demissões: 38.361 contratados e 37.500 demitidos, saldo de 861. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Se considerados os últimos 12 meses -- de maio de 2017 a junho de 2018 -- as empresas instaladas na cidade também admitiram mais (71.751) que demitiram (70.533), um saldo positivo de 1.218 trabalhadores empregados. Em junho de 2017, Sorocaba tinha um índice de empregabilidade bem parecido com o deste ano: saldo negativo de 803 vagas.

De todos os setores, o comércio é o que amarga o maior número de demissões em junho. No total, 245 postos foram fechados. O segundo maior volume de demissões aconteceu na indústria de transformação, com 233 vagas eliminadas. Ambos os setores acumulam, no primeiro semestre de 2018, mais demissões que contratações: -945 no comércio e -406 na indústria.

O setor de serviços teve saldo negativo pela 1ª vez no ano - ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS (14/6/2018)

O setor de serviços teve saldo negativo pela 1ª vez no ano - ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS (14/6/2018)

O setor de serviços, que acumula no ano um saldo positivo de 1.926 vagas, também perdeu mais funcionários que ganhou em junho, com menos 114. Em maio, havia registrado criação de 172 vagas. A construção civil teve saldo de 63 dispensas em junho.

Para Geraldo Almeida, economista e diretor executivo da Agência Metropolitana de Sorocaba, a economia brasileira vinha dando sinais lentos de recuperação, mas sofreu os impactos da paralisação dos caminhoneiros, no final de maio. "Já está aparecendo inflação e o próprio governo considera que a economia não deve crescer como previsto."

Como 2018 é um ano importante do ponto de vista eleitoral -- com a escolha do novo presidente da República -- bastou um fato novo para "desestruturar a economia", avalia Almeida. "Ao olharmos os indicadores vemos que eles não cresceram. Este é um ano de incerteza, principalmente por conta dos fatos políticos que o Brasil vem passando", diz ele.

Enquanto não há definição sobre quem ocupará a Presidência, o segundo semestre deve ser de prudência. "Ninguém investe num país onde não há segurança. Será um semestre bem morno, sem grandes investimentos." E o desemprego acaba refletindo até em quem está trabalhando. "Essa sensação atinge mesmo quem tem emprego. As pessoas postergam as compras, tomam cuidado com os gastos. É uma atitude sensata, mas ruim para a economia", analisa.