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Salário mínimo vai subir para R$ 1.100 em 2021

31 de Dezembro de 2020 às 00:01

Salário mínimo vai subir para R$ 1.100 em 2021 Governo havia informado que piso salarial seria de R$ 1.088. Crédito da foto: Arquivo Agência Brasil

O salário mínimo vai subir para R$ 1.100 em 2021, 5,26% acima dos atuais R$ 1.045. A mudança foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter ontem. Apesar de o valor ter ficado acima do previsto há duas semanas pelo governo, o reajuste repõe apenas a perda no poder de compra dos brasileiros devido a alta de preços ao longo de 2020.

Na prática, assalariados e beneficiários do INSS ficarão pelo segundo ano seguido sem aumento real na remuneração.

Ao atualizar as bases para o Orçamento de 2021, o governo havia informado ao Congresso que o salário mínimo ficaria em R$ 1.088, pois ainda estava com uma projeção menor para a inflação. Com a atualização, as despesas obrigatórias vão crescer em ritmo mais intenso, já que o piso é referência para o pagamento de aposentadorias, pensões e outros benefícios. O resultado é uma pressão ainda maior sobre o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação e que teve ampliação bem mais modesta, de apenas 2,13%.

A despesa adicional com o reajuste do salário mínimo vai obrigar governo e Congresso a cortar gastos de outros lugares para preservar a regra do teto, num momento em que já há grande pressão por aumento de gastos sociais e manutenção de auxílios à população por conta da pandemia do novo coronavírus. O orçamento de guerra, que tirou algumas amarras fiscais e abriu caminho a programas como o auxílio emergencial, termina hoje, sem previsão de prorrogação.

O secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, reconheceu que o novo valor do salário mínimo vai pressionar as despesas, mas fez questão de ressaltar o compromisso da equipe econômica com as regras fiscais. “Nossa preocupação é deixar claro o compromisso com o teto de gastos e a consolidação fiscal”, disse Guaranys, que é ministro em exercício -- o titular da Economia, Paulo Guedes, está de férias. (Estadão Conteúdo)