Prévia do PIB registra alta de 2,15% em julho
Crédito da Foto: Marcos Santos / USP Imagens
O nível de atividade da economia brasileira cresceu pelo terceiro mês seguido em julho, segundo números divulgados ontem pelo Banco Central. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou crescimento de 2,15% em julho, na comparação com o mês anterior. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes.
Segundo Carlos Pedroso, economista-chefe do Banco MUFG Brasil, o número abaixo do previsto se deu pela revisão do dado de junho: o Banco Central revisou o crescimento naquele mês de 4,89% para 5,32%. O dado de maio também foi revisado, de alta de 1,59% para 1,86%. Sem as mudanças, o número de julho seria de 3,54%, diz.
“As revisões do BC reforçam a questão de não mudarmos a nossa projeção para o PIB, porque esperávamos alta de 3,0% ante uma base um pouco menor”, resume Pedroso. Ele manteve estimativa de alta de 6,0% no PIB do terceiro trimestre em relação ao segundo.
Pedroso explica que a continuidade do processo de flexibilização das medidas de distanciamento social deve sustentar uma retomada nessa intensidade. “Estamos chegando ao fim de setembro sem retrocesso na reabertura, e isso vai acabar favorecendo principalmente o setor de serviços”, afirma.
De acordo com o economista, a tendência é de continuidade de uma recuperação gradual, com melhora progressiva no setor de serviços. Para o quarto trimestre, com a queda do valor do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 mensais, além de uma base de comparação menos depreciada, Pedroso espera crescimento de 3,50% no PIB. Em 2020, a economia deve ceder 5,60%, segundo o analista. (Eduardo Rodrigues - Estadão Conteúdo)